A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao ter tido conhecimento do relatório da Comissão Técnica Independente entendeu fazer uma primeira apreciação, da qual resultou o seguinte:
Que este segundo relatório contempla a análise das situações ocorridas de uma forma mais sustentada e por isso com algumas melhorias.
Porventura algumas dessas melhorias terão também a ver com uma mais aprofundada auscultação dos parceiros, nomeadamente da LBP, o que permitiu um diagnóstico e proposta de terapêutica mais adequadas à realidade.
Perante esta análise, mesmo que sucinta, constatamos que muitos dos nossos alertas, nomeadamente as preocupações expressas no nosso comunicado de 01-10-2017, a terem sido consideradas, poderiam ter evitado muitos dos dramáticos cenários com que nos viemos a deparar.
A LBP, atenta aos fenómenos meteorológicos de junho e às terríveis situações vividas nesse período, reforçou as suas inquietações, razão que a levou a alertar permanentemente a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), para que, e a manterem-se as alterações climatéricas, fatalmente surgiriam situações anómalas, porventura até mais violentas.
Perante as nossas chamadas de atenção, a ANPC limitou-se a emitir comunicados alguns de forma avulsa, na tentativa de passar para os operacionais no terreno, a resolução de um problema que ela própria não resolveu por total incompetência e incapacidade de decisão.
Realçamos com satisfação que o relatório ora apresentado pela Comissão Técnica Independente espelha muitas das nossas chamadas de atenção e alertas para os perigos que se avizinhavam, dando-nos a razão que nunca desejaríamos ter.
Coloca a Comissão Técnica Independente a possibilidade da criação de uma Unidade de Missão que contemple uma profunda reflexão sobre as estruturas dos Bombeiros Portugueses alinhando algumas ideias pouco sustentadas, o que demonstra pouca atenção às propostas por nós apresentadas e devidamente suportadas em documentos já há muito entregues ao Governo, os quais reclamavam as necessárias reformas para o sector dos Bombeiros.
Parece-nos por isso despicienda e desnecessária a criação de uma Unidade de Missão para a reforma do sector dos Bombeiros. Não há que comparar o que não é comparável. Esse foi um cenário que se colocou a montante para a reforma da Floresta, mas que não faz sentido para o combate. Antes, sim, há toda a urgência em que o Governo dê respostas concretas às reformas atempadamente levadas ao seu conhecimento pela LBP que, a terem sido aceites, teriam evitado muitos dos grandes problemas com que nos deparámos.
Confirma-se pois, que os alertas feitos pela LBP à ANPC tinham razão de ser e que, como confirma o relatório da Comissão Técnica Independente, esta solicitou reforços ao poder político, sobre os quais não obteve a consequente e necessária resposta.
Assim, e em síntese, entendemos referir que este relatório contempla e expressa propostas com as quais concordamos, ficando no entanto, muito aquém das nossas expectativas e como tal, obriga a que a Assembleia da República e o Governo se sentem à mesa com os vários parceiros do sector, nomeadamente a LBP para de forma séria, franca e aberta se analise este e outros relatórios de forma a garantir o contraditório e consequente reflexão conjunta de onde deverão sair projectos reformistas para tudo o que envolve os Incêndios Florestais e as consequências que daí resultam.
Reunir para Analisar, Discutir para Concluir, e Decidir de acordo com os interesses de Portugal e dos Portugueses, mas nunca a soldo de interesses corporativistas ou sectários.
Lisboa, 21 de Março de 2018
O Presidente
Jaime Marta Soares
Comandante
Jaime Marta Soares
Comandante
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