Dentro da atual guerra semiótica, a Globo foi rápida após acusar o golpe da invasão tática do “tríplex do Lula” no Guarujá pelo MTST e Frente Povo Sem Medo. Três dias depois, a emissora simplesmente promoveu uma militante petista (Gleici Damasceno, a jovem acreana “feminista e militante”, como descreveu o programa) a nova milionária do BBB18. E de quebra, como vice, um refugiado sírio. Resposta semiótica direta e incisiva: entrou no “controle de danos” após a prisão de Lula (compulsivamente a Globo tenta aparentar agora imparcialidade). Ao mesmo tempo em que utilizou a arma ideológica tão antiga quanto a própria televisão brasileira: narrativas da “Rainha por um Dia” e “Boa Noite Cinderela” do velho Silvio Santos desde décadas atrás – reciclar miseráveis (e agora também militantes de esquerda) em exemplos de imparcialidade e evidências do outro lado da moeda da meritocracia: a sorte e oportunidade. E a esquerda tenta pegar carona em Gleici: “Quando é no voto, a gente sempre ganha”, “Gleici campeã, deu PT” etc. Parece que a vitória da ocupação do triplex não ensinou nada...
Se na segunda-feira da semana passada a esquerda ganhou pontos na guerra semiótica com a ocupação do triplex do Guarujá (uma ação rápida que pegou de surpresa a grande mídia que sentiu o golpe através da guinada gramatical feita às pressas fez em sua narrativa – clique aqui), já na quinta à noite a poderosa Globo deu a resposta: a vitória da acreana “feminista e militante política” Gleici Damasceno no BBB 18.
E de quebra, o vice para um refugiado da guerra síria, morador da cidade de Curitiba (irônico e sincrônico!)...
Dentro do quadro atual no qual a Globo tenta lavar as mãos da lama psíquica que teve que remexer até o impeachment de 2016 (deu visibilidade aos discursos de ódio e intolerância para criar a atmosfera de crise política para desfechar o golpe), a vitória de Gleici, foi até previsível por dois simples motivos:
(a) Controle de danos: após a conquista do grande troféu cobiçado desde a crise do mensalão (a prisão de Lula), agora a mídia corporativa às pressas procura reverter sua explícita parcialidade com a narrativa da isenção e de que “a lei é para todos” – Aécio foi largado na estrada (capa da Veja em um tenebroso fundo negro). Principalmente a Globo (entre 2013-16 mandou às favas até os interesses comerciais no bombardeio semiótico contra a opinião pública) deu uma guinada na pauta do jornalismo e entretenimento: como um rolo compressor, o “politicamente correto” de repente invadiu o conteúdo dos programas – igualdade racial e de gênero, cidadania, tolerância, etc.
Depois de açodada pela emissora a sair da toca para ir às ruas, a direita sentiu-se traída e passou a acusar a emissora de “petista”...
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