sexta-feira, 27 de abril de 2018

A paz das Coreias. O plano americano para as Lajes. E a moção de Costa



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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Viva! É sexta-feira e estas
são as primeiras notícias do dia:

A cimeira das Coreias começou com um aperto de mão. Houve sorrisos e fotografias logo no primeiro minuto, uma conversa de 100 minutos, um convite para novas cimeiras e promessas de que "uma nova história começa agora", segundo a Associated Press. As conversas sobre o nuclear foram, dizem, "sinceras".
Trump, afinal, vai ver a Rainha. Depois de meses de compasso de espera, o Presidente americano marcou a prometida viagem ao Reino Unido. Esteve previsto ser só uma visita de trabalho, mas afinal é oficial: a viagem inclui um cumprimento a Sua Majestade, diz o Telegraph
Renzi, afinal, vai negociar Governo com o Cinco Estrelas. O Partido Democrático foi o grande derrotado das eleições, mas tem agora o destino do novo Govrno italiano nas mãos. Os obstáculos são muitos, mas as alternativas são um governo de iniciativa presidencial ou eleições antecipadas já em Setembro, explica o Jorge Almeida Fernandes.
O Atlético, no final, complicou a despedida feliz de Wenger. Griezmann marcou o golo que deu o empate, em Londres, ao Atlético de Madrid frente ao Arsenal na primeira mão das meias-finais da Liga Europa. Na outra meia-final, o Marselha está em vantagem. A síntese é do Marco Vaza.

O que marca o dia

As Lajes podiam ter sido centro de espionagem, mas os americanos não confiaram nos portugueses. O congressista luso-descendente Devin Nunes, agora um aliado próximo de Trump, empenhou-se no projecto de instalar centro da NSA na ilha Terceira. Só não avançou porque as agências de informação norte-americanas desconfiaram da capacidade das secretas portuguesas, conta o Márcio Berenguer, a partir de uma história revelada pelo New York Times.
Costa olhou para a próxima legislatura e pôs-se ao centro. A moção de estratégia ao congresso do PS não fala da geringonça, pede um "reforço" do partido nas legislativas e faz uma ligeira aproximação a ideias do Bloco e PCP, nos impostos e salário mínimo, conta a São José Almeida.
O Governo escapou a uma coligação anti-Centeno. A votação do Programa de Estabilidade acabou com o PS sozinho, mas sem uma reprovação formal do Programa de Estabilidade. Pelo meio, a execução orçamental do 1º trimestre vai dando boas notícias ao ministro.
As cativações estão a asfixiar os reguladores. Segundo o Negócioso problema é tão generalizado como as queixas.
Partidos da esquerda e direita arrasam o concurso de professores. O concurso externo extraordinário está envolto em polémica, com a Fenprof a pedir já a sua anulação. A Clara Viana descreve o ambiente e explica a confusão.
O PS está a estudar a suspensão dos despejos, até que a nova legislação sobre arrendamento seja aprovada, conta o DN. Lisboa e Porto concentram 58% dos despejos, acrescenta o JN também esta manhã. Ontem, o Bloco propôs tectos para o aumento de rendas, esticando a mão para uma negociação.
A Justiça está a investigar os contentores no Hospital de São JoãoUma denúncia da bastonária dos Enfermeiros foi bastante para a PGR confirmar que irá recolher elementos.
Os centros de fertilidade estão em suspensoà espera de orientações sobre dadores. O acórdão do TC sobre 'barrigas de aluguer' deixou tudo congelado.
A TAP comprou a paz com um aumento salarial. A administração e os pilotos chegaram a um acordo que, entre outros aspectos, prevê um acordo inéditode actualização salarial a cinco anos. 

Ler mais devagar

1. As Coreias, na cimeira em que tudo vai correr bem. Com uma guerra nunca terminada bem viva na memória, dois líderes das Coreias voltam a encontrar-se pessoalmente, dez anos depois. A cimeira desta sexta-feira surge na sombra do encontro entre Kim e Trump. A grande dúvida é se os acordos alcançados agora têm sustentação futura. Até porque "desnuclearização" não quer dizer o mesmo para Kim e para Trump
2. Podem os tribunais proibir touradas? Um ano depois de a lei ter mudado, fazendo com que os animais deixassem de ser coisas para adquirirem o estatuto de seres dotados de sensibilidade, há quem defenda que está aberta a porta para proibir as touradas. Controversa, a tese já tem seguidores, mas também suscita críticas. A Ana Henriques não fugiu às sensibilidades e fez uma pega de caras a um tema que apaixona os juristas (e não só).
3. 'The Handmaid’s Tale' e o namoro firme entre televisão e literatura. Se a televisão existisse como a conhecemos há 100 anos talvez Steinbeck ou Hemingway tivessem ousado fazer literatura com imagens e som. A especulação é legítima quando se ouve Salman Rushdie afirmar que muita da literatura mais estimulante está a ser escrita para séries televisivas. É um mundo novo a desafiar fronteiras quando se estreia a segunda temporada de The Handmaid’s Tale, obra que ganha vida para lá da sua criadora, Margaret Atwood. A Isabel Lucas explica porquê, ao passo que a Joana Amaral Cardoso  nos responde à pergunta "porquê agora?" Porque à segunda temporada, esta série continua urgente.
4. O que estes filmes têm em comum é nada terem em comum. Dificilmente se poderia imaginar uma selecção mais heteróclita. Os cinco filmes da Competição Nacional de Longas-Metragens do Indielisboa cavam personalidades artísticas singulares. A abertura do festival faz-se com um deles: A Árvore, de André Gil Mata. A edição de hoje do ípsilon antecipa-nos o que esperar destes cinco - e junta um guia para os filmes que não vai querer perder. 

A agenda de hoje

Enfim, separados: António Costa apresenta no Sul a sua moção ao congresso do PS, em Portimão; ao passo que Rui Rio anda, a Norte, por Paços de Ferreira, numa visita à 50.ª Capital do Móvel. Jerónimo de Sousa estará entre os dois, num seminário onde responderá à questão 'Para onde vai a Europa?'
Depois da demissão de Eurico de Figueiredoo Conselho Nacional da PMA analisa o acórdão do Tribunal Constitucional que deu por inconstitucional a lei das 'barrigas de aluguer'. Hoje há também uma conferência do SEF sobre tráfico de seres humanos. E é apresentado o guião para o Museu de Peniche, que celebrará a resistência humana ao salazarismo.
Lá por fora, esperam-se bons resultados quer da cimeira das Coreias, quer da visita de Modi a PequimNão se poderá dizer o mesmo da visita de Merkel a Washington.
É agora que me despeço, desejando-lhe um belíssimo fim-de-semana, cheio de boa disposição.
Se for preciso, passe por aqui - o Luís Pedro Nunes garante pelo menos umas garagalhadas.

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