sábado, 9 de junho de 2018

Pés ao caminho, papa-figos

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Fugas
 
 
  Sandra Silva Costa  
O importante não é o destino, mas sim a viagem. Ainda fiz uma ou outra pesquisa, embora sem insistir muito, e por isso continuo sem saber a quem se deve esta frase que ouvimos com frequência. Lembrei-me dela a propósito da reportagem da Mara Gonçalves, que pôs pés ao caminho até Santiago de Compostela. Na verdade, não cumpriu a pé a totalidade do percurso, mas encontrou pessoas com motivações várias que confirmam que sim, aqui o mais importante é mesmo a viagem. A espiritualidade que se encontra, a entreajuda, as paisagens inspiradoras, a bondade dos outros. No renovado Caminho Português da Costa, a Mara percebeu que “o que se vê lá fora e o que se sente cá dentro é tão diverso quanto o número de peregrinos” e que caminhar até Santiago “é vício sem cura ou antídoto”. É de ler até ao fim.
E também é de ler com muita atenção a história do papa-figos, perdão, de Armando Carvalho. Ele é o nosso protagonista da semana e contou à Luísa Pinto que papa-figos é o nome pelo qual responde uma equipa de profissionais que se dedica a produzir e a divulgar guias de viagem sobre o interior de Portugal. São guias que mostram o que não se pode perder “no interior do país, no duplo sentido”. “O que não se pode perder porque é obrigatório preservar, e o que não se pode perder porque é imperativo conhecer.” Siga o papa-figos.
Quem sabe se ele não voa até ao Esporão, no Alentejo, onde há novas propostas de enoturismo: o restaurante tem novo chef e nova decoração e estão abertas visitas ao Lagar de Azeite. A Alexandra Prado Coelho foi à frente e conta-lhe tudo aqui.
Do Alentejo podemos subir ao Porto, na companhia da Renata Monteiro, que foi dormir ao Carrís Ribeira e nos pinta aqui um retrato colorido da cidade com vista para o rio.
E para o fim fica uma história que pode pôr em causa ideias feitas sobre o aparecimento da civilização. Na mítica Mesopotâmia, foi descoberto o templo mais antigo do mundo, com 12 mil anos, que parece sugerir que primeiro veio a religião e depois veio tudo o resto. A Göbeklitepe, na Turquia, chamam o ponto zero do tempo e a Andreia Marques Pereira foi lá tentar perceber a revolução da “revolução neolítica”.
Com tanta boa proposta, acho que já me posso despedir. Volto para a semana, mais ou menos à mesma hora, mas deixo-o sempre muito bem entregue, aqui. Boas viagens!

Vale a pena voltar aqui



Neste Bacchanal o vinho também se quer o senhor da festa

Uma drogaria transformada numa espécie de barra espanhola, no centro da movida da capital. Bebe-se vinho e petisca-se à portuguesa, com embalo jazz e blues.

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