Uma intervenção cultural na Arménia, liderada pelo presidente da associação de Góis Raizvanguarda, Luís Carvalho, e pela encenadora polaca Maria Kwiatek, foi apoiada pelo festival americano Burning Man, informou hoje a instituição.
O projeto, intitulado "Syunik Marz", vai ser desenvolvido nas comunidades de Svarants, Tandzatap e Tatev, na Arménia, e pretende criar programas criativos nessas áreas rurais da região de Syunik, "atraindo possibilidades para territórios isolados e para as pessoas", revela a Raizvanguarda, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
O projeto começou a ser desenhado em julho de 2017, quando Luís Carvalho conheceu a encenadora Maria Kwiatek durante "a implementação de um projeto de fotografia" em Tatev, num edifício velho e sem mobília, nem canalização, sendo que, já este ano, foi feita uma viagem de investigação e de contacto com várias organizações no sentido de transformar aquele edifício "num centro comunitário".
A iniciativa conta também com a participação do coletivo de arquitetura de Lisboa Warehouse, que pretende contribuir para uma solução de renovação daquele espaço.
"O objetivo do projeto "Syunik Marz" não é apenas renovar o centro comunitário, mas promover a iniciativa local a pensar no processo de reconstrução e transformação dos espaços de forma criativa.
O objetivo é inspirar as pessoas e deixá-las entender que têm o poder de mudar a comunidade e desenvolver o seu próprio espaço de interação, refere a nota de imprensa.
A intervenção no edifício será feita em 2019 e, antes das obras, serão realizadas uma série de atividades com a comunidade, nomeadamente com os mais jovens, explica a associação de Góis.
Segundo o presidente da associação, Luís Carvalho, a bolsa, de 3.500 dólares, vai permitir desenvolver várias iniciativas culturais já este ano na pequena aldeia de Tatev, que conta com 600 habitantes.
A bolsa agora atribuída pelo festival americano Burning Man, realizado no deserto Black Rock, no estado do Nevada, "vem possibilitar a continuidade do programa", sublinha a Raizvanguarda, referindo que todos os anos aquele festival atribui dez bolsas a projetos artísticos fora dos Estados Unidos da América.
"Ainda não sabíamos quando iríamos voltar para a intervenção no edifício, mas nunca antes do verão de 2019. Não queríamos estar tanto tempo sem contacto com a comunidade da região e este apoio possibilita-nos o regresso já em 2018 e um trabalho de proximidade com a população. Até garantirmos o financiamento necessário para a reabilitação do espaço físico, iremos continuar o processo de criação artística na região e a explorar também a interação com comunidades vizinhas", conclui Luís Carvalho.
MadreMedia / Lusa
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