
Inovação
Por Edgar Caetano, Jornalista

Ilustração: Raquel Martins
Marty McFly não queria acreditar quando percebeu que os seus filhos seriam, no futuro, presos por um crime idiota — e não compreendia como é que poucas horas depois de serem levados pela polícia já tinham sido julgados e condenados por esse mesmo crime (crime que, graças à máquina do tempo de Doc Brown, a personagem de Michael J. Fox tinha oportunidade de evitar). O cientista excêntrico explicou porquê: “na Justiça agora funciona tudo muito rapidamente, desde que aboliram os advogados”.
O futuro, imaginado por Robert Zemeckis em “Regresso ao Futuro”, tinha carros voadores, ténis e casacos que se apertavam sozinhos. Tinha polícias e tribunais, mas não tinha advogados — não se percebendo muito bem o que é que levou à eliminação desta classe. Teria sido fruto da tecnologia? O Manuel Pestana Machado não resistiu a ir repescar esta deixa memorável de “Regresso ao Futuro” quando lhe pedi para escrever sobre como as novas tecnologias e a inteligência artificial estão a mudar a área do Direito e, em especial, a prática da advocacia.
O Manuel falou com várias das principais sociedades de advogados nacionais para saber o que já se está a fazer no nosso país e, também, vasculhou toda a informação sobre as tecnologias mais disruptivas que estão a entrar, lá fora, num setor normalmente visto como especialmente avesso à inovação e à mudança. Talvez (já) não seja tanto assim, como demonstra o texto que destacamos nesta edição da newsletter Inovação (que comemora este mês dois anos de existência).
Num tom um pouco mais light, como a época obriga, a Marta Leite Ferreirae eu próprio decidimos trazer-lhe uma lista de nove inovações perfeitamente inúteis mas que deram fortunas a quem as criou. Muitas vezes, quase sempre, basta uma ideia — talvez lhe ocorram algumas, neste tempo de descanso. Boas férias, se for caso disso!
Obrigado por nos ler.
HORIZONTES
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E AINDA
OPINIÃO
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O QUE VEM AÍ
MARCADOR
LIVRO DO MÊS
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