O país aparece em contraciclo num estudo internacional da Universidade de Gotemburgo que revela um "encolher do espaço democrático" em vários dos 201 países analisados.
O estudo do V-Dem Institute revelado pelo jornal Público analisa a qualidade da Democracia em questões como liberdade, igualdade e participação dos cidadãos, aplicação da lei, conflitualidade entre o poder executivo e o judicial ou o nível de consulta de organizações sociais.
Portugal é considerado uma democracia liberal, aparecendo em 10.º lugar num ranking global liderado pela Noruega, seguida da Suécia e da Estónia. No fim da lista encontram-se as autocracias fechadas (ditaduras): Coreia do Norte, Eritreia, Síria e Arábia Saudita, por esta ordem.
O estudo faz ainda análises setoriais em áreas como eleições limpas (2.º lugar para Portugal), liberdade de expressão (21.º), liberdade de associação (36.º), participação política (38.º) ou participação da sociedade civil (63.ª posição).
Tiago Fernandes, professor da Universidade Nova de Lisboa que coordenou o estudo na zona sul da Europa, disse ao Público que Portugal é um dos países em "contratendência" porque, nos últimos 10 anos tem existido uma tendência para a erosão da democracia em várias zonas do mundo.
O relatório indica que Estados Unidos, Brasil e Rússia são alguns dos 24 países onde há "tendências inquietantes para um "encolher do espaço democrático".
Pela primeira vez desde 1979, o número de países que evoluíram na Democracia é igual ao dos que pioraram.
Os investigadores concluem que há uma "tendência para autocratização" que ocorre "principalmente nas regiões mais democráticas do mundo".
Rui Silva / TSF
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