sábado, 8 de setembro de 2018

Sete mil quilómetros com um cão na bagageira e outras estórias

Fugas
P
 
 
  Sandra Silva Costa  



Cheira-me que vou ter problemas em casa antes de ir de férias. Partimos na quarta-feira, de carro, sem destino muito bem definido. Vamos ficar uns dias em Lagos e depois logo se vê, Espanha é ali ao lado e há muito que não conhecemos. Na nossa casa, em Santa Maria da Feira, vai ficar a Indie, uma cadela preta-maluca de seis anos e raça “indefinida”, aos cuidados dos pais do Luís. Se a decisão fosse apenas dele, a Indie iria connosco para todo o lado; eu, confesso, acho que viajar com uma cadela (e esta ainda por cima é maluca…) é um bico-de-obra. E se calha de o Luís ler a reportagem do Miguel Calado Lopes, que viajou pela Europa com a Luna na bagageira, já sei que vai haver uma conversa deste tipo: “Vês? Podemos muito bem levar a Indie!” “Não, não podemos, ela é doida, vai ladrar a tudo quanto é cão, vai portar-se mal, não vamos descansar nada…” A minha hipotética discussão caseira não vem mais ao caso. O que interessa é mesmo isto: a viagem do Miguel, de Bruxelas a Lisboa, ida e volta, com passagens por Itália, Espanha e França, num total de sete mil quilómetros, foi uma aventura. Um casal, o seu filho de 15 anos e Luna, um cão de água português que só este Verão descobriu o prazer do mar. Foram várias as limitações e muitos os trabalhos, houve momentos hilariantes e duas visitas ao veterinário, mas a coisa fez-se sem grandes sobressaltos. Está tudo aqui, para ler sem pressas e com muito prazer. E aqui há um roteiro pela Sardenha, que Miguel Calado Lopes conhece quase como a palma da mão.

Da Sardenha passamos para outras ilhas. No caso, para as norueguesas Lofoten, por onde andou o Sousa Ribeiro. O arquipélago, um sinal de exotismo no Norte do país, é como um rosário com duas mil contas, com clima benigno e o mar e as montanhas em convívio para transformarem as ilhas num postal de cores bem definidas. Ora espreite.

Mudando radicalmente de assunto (ou talvez não): o ano lectivo está à espreita e a Luísa Pinto, alma de viajante incansável, lembra que essa não é razão para acabarem as viagens em família. O ensino doméstico é uma opção – que o diga a família que saiu de Cascais em Março de 2015 para iniciar uma viagem de barco e ainda não voltou. E os miúdos, três, continuam a progredir na escola.
Convido-o agora a conhecer a Cocorico Luxury Guest House. Fica no Porto e traz à cidade um banho de alma francês. O grupo francês Millésime tem aqui a sua estreia internacional e cruza duas culturas em prazeres simples como quartos com espaços de banho distintivos e um restaurante de refinada cuisine. A Alexandra Couto passou lá uma noite e explica-nos o que nos espera no número 97 da Rua do Duque de Loulé.

Se a cuisine française não é muito a sua onda, não precisa de andar muito para mergulhar numa taberna tipicamente portuguesa. O José Augusto Moreira sentou-se à mesa do Está-se Bem, na Ribeira do Porto, e encontrou uma cozinha tradicional para apreciar e partilhar. Em pequenas doses, conceito gastronómico afinado e ambiente contemporâneo. Já em Lisboa, a Alexandra Prado Coelho foi ao Faz Figura, um dos clássicos restaurantes da cidade agora renovados. Pedro Dias, antigo jornalista, é a alma do novo espaço, que tem a ambição de ser uma viagem pelos melhores produtos nacionais.  


Aqui chegados, restam as despedidas: vou de férias e regresso à sua companhia a 6 de Outubro. Até lá, ficará muito bem entregue aos cuidados da Alexandra Prado Coelho, que aqui virá todos os sábados com sugestões saborosas. Boas viagens!
 

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