J. Carlos * |
A
vida de ladrão é boa, mas dura pouco tempo, costuma dizer-se.
Conforme: se é um rapinante vulgar, de baixo coturno, grosseiro,
boçal, inábil, que se contenta com pequenas rapinâncias, esse
decerto em breve cairá sob a alçada da lei e depressa lhe sofrerá
as consequências.
Agora
se se trata de ladravaz de alto estofo, de casaca e luvas brancas,
fino, inteligente e hábil, esse, depois de longa vida de grandes
latrocínios, de que serão vítimas a sociedade e os cidadãos,
acabará na velhice, cheio de honrarias e de louvores públicos. Será
um cidadão, preclaro e honrado, apontado como modelo das melhores e
mais prestantes virtudes sociais.
A
lei detém em suas malhas o mísero cidadão faminto, que rouba um
pão, uma lata de conserva, umas peças de fruta e deixa escapar o
nababo opulento, que rouba milhões, conduz à falência bancos,
empresas, para não entrar por outros exemplos.
De
facto a moral da lei é elástica, adaptando-se na verdade habilmente
à categoria do delinquente. A parcimónia, em muitos casos, é um
disfarce da avareza que já não passa despercebido.
Cada
um de nós tem o direito de desagradar, de não se importar com a
opinião dos outros, nomeadamente aqueles que por força da sua
profissão dão a conhecer as suas opiniões, seus pontos de vista, o
caso dos jornalistas.
O
homem que se cala, quando deveria falar, apresta-se a ser calçado
pelo primeiro parlapatão, audacioso e desbocado.
Há
uns anos atrás, decorreu uma campanha sob o lema: “Ler jornais é
saber mais !” não deixe de ler porque é uma forma de estar atento
ao que se passa neste paraíso à sua espera, para uns, para outros
um inferno, principalmente os assuntos relacionados com a justiça.
*Director
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