A declaração de um Alerta Laranja, devido ao pico da época chuvosa em Moçambique, foi o mote para o primeiro-ministro socorrer da nova directora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) que está a enfrentar dificuldades no novo “tacho”. O défice de 900 milhões de meticais para executar o Plano de Contingências parece ser o menor dos problemas de Augusta Maíta que reuniu à porta fechada com Carlos Agostinho do Rosário nesta quinta-feira(27).
Com o registo de chuvas intensas na Região Norte e pouca precipitação no Centro e no Sul, tal como o Instituto Nacional de Meteorologia previu, Moçambique está em plena época chuvosa, desde Outubro, que deverá atingir o seu pico nos próximos meses de Janeiro e Fevereiro.
Pese o facto dos terramotos não serem previsíveis mas o sismo de 5,5 graus na escala de Richter registado no passado dia 22 no Posto Administrativo de Chiurairue, no distrito de Mossurize, na Província de Manica, e outros que podem ocorrer estão arrolados no Plano de Contingências 2018/2019 que vai custar mais de 1,1 bilião de meticais dos quais Governo apenas vai disponibilizar, através do Orçamento do Estado, apenas 206 milhões.
A conjugação destes factores culminou com a declaração, nesta quinta-feira(27) de um Alerta Laranja que permite ao INGC iniciar a assistência pontual aos moçambicanos que têm estado a ser vitimados pelas variadas calamidades naturais, diga-se habituais neste período.
“Neste momento estamos preocupados com a zona Sul, por causa da seca, mas há eventos extremos um pouco por toda a parte, houve o sismo em Manica que deixou mais de 600 infraestruturas destruídas” explicou a jornalistas a recém empossada directora-geral do INGC.
No entanto, e após pouco mais de 2 horas que durou o Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, o primeiro-ministro reuniu à porta fechada com Augusta Maíta e o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, quiçá para articularem formas de ir buscar aos Parceiros de Cooperação os cerca de 900 milhões de meticais de défice existente para suprir o Plano de Contingências até Março de 2019.
Recorde-se que o @Verdade revelou que a época chuvosa 2017/2018, que iniciou com um défice inicial de 954 milhões de meticais, terminou com o INGC ainda a precisar de financiar 636.946.464 meticais.
Após o encontro à três, enquanto oito ministros, vices-ministros e outros quadros seniores do Governo aguardavam sob o sol ardente no exterior do Centro Nacional Operativo de Emergência, Carlos Agostinho do Rosário liberou o ministro Adriano Maleiane e continuou reunido com Augusta Maíta durante mais de um quarto de hora.
O primeiro-ministro furtou-se aos jornalista no final dos encontros restritos mas o @Verdade apurou que a candidata derrotada à presidência do Concelho Municipal da Beira está a enfrentar muitas resistência no cargo para o qual foi nomeada sem competências técnicas nem o capital político necessário para articular com os vários ministérios e instituições que devem trabalhar conjuntamente para que as actividades de emergência decorram com sucesso.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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