Aurora Cunha foi a primeira convidada da 3ª edição 2019 do “Quintas no Museu – Histórias de Vida” que decorreu, no passado dia 28 de fevereiro, no Museu do Vinho Bairrada, em Anadia.
A atleta portuguesa de corta-mato, meio-fundo e fundo, campeã mundial de estrada em três anos consecutivos (1984 a 1986), conquistou as maratonas de Paris, Tóquio, Chicago e Roterdão, e representou Portugal em três Jogos Olímpicos, partilhou algumas das histórias e memórias que marcaram a sua vida desportiva, numa conversa que foi moderada pelo jornalista Teófilo Fernando.
O “bichinho” do atletismo despertou na vida de Aurora Cunha, aos 15 anos, quando participou, pela primeira vez, numa corrida com rapazes, num domingo à tarde, na sua terra natal, Ronfe, e que ganhou, corria então o ano de 1975. A partir daí, um mecânico-serralheiro, apercebendo-se do seu potencial, decidiu fundar o clube Juventude de Ronfe, onde foi inscrita como atleta e a participação em provas foi surgindo paulatinamente.
Recordou ainda algumas das memórias da sua carreira enquanto atleta do Futebol Clube do Porto, nomeadamente dos vários recordes batidos e dos títulos mundiais que conquistou em meio fundo, fundo e nas maratonas.
O ano de 1984, ano em que se sagrou Campeã Mundial de Estrada, em Madrid, foi “um grande marco histórico na minha vida e uma viragem na minha carreira como atleta”, sublinhou Aurora Cunha. A partir desse momento passou a apostar mais nas provas de estrada, uma vez que até esta data, realizava apenas provas de pista.
“Vivi uma geração fantástica. Sinto-me orgulhosa com o meu percurso. Ganhei tudo o que havia para ganhar menos os Jogos Olímpicos”, afirmou, confessando que, neste aspeto, “foi uma frustração muito grande, uma derrota muito difícil para mim, um grande sofrimento ter desistido na maratona dos Jogos Olímpicos na Coreia do Sul”.
“Foram 25 anos de carreira, com muitas vitórias, em que dei mais ao país do que o país me deu a mim”, rematou Aurora Cunha.
A sessão deste mês de Março, agendada para o dia 21, vai ser dedicada à grande diva do fado, Amália Rodrigues, onde vai estar em destaque a sua vida e carreira. No Museu do Vinho Bairrada estarão representantes da Fundação Amália Rodrigues/Casa-Museu Amália Rodrigues, que desvendarão alguns episódios e curiosidades do percurso da grande fadista – registos de memória contados por alguns daqueles com quem Amália conviveu e que hoje preservam o acervo histórico desta figura maior do fado e da cultura portugueses.
As entradas são livres, mas limitadas à capacidade da sala.