Este fim de semana, o Ciclo de Teatro
Amador do Concelho de Cantanhede, contempla mais duas estreias, a
primeira delas já amanhã, sexta-feira, no auditório da Filarmónica
de Covões, onde a partir das 21h30, o Grupo de Teatro Musical da
instituição apresenta “Brilhantina – O Musical”. Trata-se de
uma adaptação de “Grease”, de Jim
Jacobs e Warren
Casey, que fez furor em 1978 com a versão cinematográfica
protagonizada por John Travolta e Olivia Newton-John.
A ação decorre no verão de 1958,
quando Danny Zuko e Sandy Dumbrowski se apaixonam na praia. Terminada
a época balnear, Sandy, cuja família está a pensar regressar à
sua Austrália natal, teme pela separação definitiva do seu amor.
Porém, uma alteração dos planos familiares faz com que Sandy e
Danny se reencontrem na mesma escola. A partir daí o espetáculo
desenrola-se ao ritmo de uma banda sonora recheada de êxitos,
mostrando o dia-a-dia dos adolescentes numa comunidade escolar dos
Estados Unidos, nos anos 1950. Abordando os problemas próprios dos
jovens, os seus amores e os desencontros, a sexualidade e a gravidez
na adolescência, o alcoolismo e o tabagismo, entre outros, a peça
faz prevalecer uma mensagem da amizade e companheirismo na juventude.
No sábado, às 21h30, o Ciclo de
Teatro Amador do Concelho de Cantanhede tem nova estreia, desta vez
d’O Cénico dos Esticadinhos de Cantanhede, que leva ao palco da
sua sede uma adaptação de “O Sentido da Vida”, comédia de
Emílio Boechat que procura respostas a algumas interrogações e
inquietações de toda a gente sobre o sentido da vida. Uma peça
espirituosa e divertida, pontuada de algum nonsense,
em que a única certeza relativamente à vida é mesmo a morte…
Ainda no sábado, 23 de março, às
21h30, a Bombarda – Companhia de Teatro, de Vila Nova de Outil,
cumpre a sua participação itinerante com uma atuação de rua em
Murtede, junto ao pavilhão da Associação Desportiva e Cultural de
Murtede, bem ao jeito daquele que é o seu registo. A entidade
anfitriã é o Grupo de Teatro Experimental “A Fonte” e a
Bombarda – Companhia de Teatro
vai apresentar uma
dramatização de Fernão
Mendes Pinto, “A Crónica”,
da autoria de Nuno Marques e Cláudio Monteiro, no que pretende ser
uma revisitação de “A Peregrinação”, primeira grande
narrativa de viagens escrita em português pelo aclamado cronista
nascido em Montemor-o-Velho. As suas expedições pelo Japão e pela
Índia, onde foi marinheiro, senhor, escravo, escritor e corsário,
são contadas na primeira pessoa naquela que é considerada uma das
mais valiosas obras literárias sobre a presença dos portugueses no
oriente.
Também no sábado, à mesma hora, o
Grupo de Teatro, Arte e Cultura da Pocariça leva ao palco do Centro
Cultural de Portunhos “A Loucura é Lúcida”, peça num registo
de irreverência que suscita várias questões que ultrapassam o mero
divertimento, centrado num desequilíbrio de saúde mental que vai
assolando a nossa sociedade, a esquizofrenia. Numa nota, os
encenadores Miguel Matos e Paulo Silva referem: “Eu sou lúcido na
minha loucura, permanente na minha inconstância, irrequieto na minha
comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, enxerto sonhos em
cenas reais. Choro lágrimas de rir e quando choro para valer não
derramo uma lágrima. Todos eles falam a minha inconsciência. O
abismo é real.”
Sobre o Grupo de Teatro Musical da
Filarmónica de Covões
A memória coletiva, sobretudo de
transmissão oral, sustenta que a 13 de junho de 1868, “um grupo de
homens liderado por Manoel Francisco Miraldo formou pela primeira vez
a Banda de Covões para tocar na festa de Santo António, padroeiro
da localidade.”
Pessoa distinta, bem formada e com
ligações a um movimento político e a personalidades bem colocadas,
Francisco Manoel Miraldo terá liderado a fundação da filarmónica
mais vetusta do concelho de Cantanhede, recrutando para o efeito
instrumentistas entre os rapazes de Covões e das localidades mais
próximas, “jovens com a pele queimada do sol e as mãos calejadas
do trabalho agrícola que se juntavam, em ambiente de convívio, para
aprender música, tomar contacto com os instrumentos e treinar
movimentos de marcha”.
No âmbito do trabalho desenvolvido na
disciplina de canto da sua escola de música, formou-se em 2016 o
Grupo de Teatro Musical de Covões, que conta já com diversas
apresentações nos concelhos de Cantanhede e de Mira.
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