quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Cantanhede | Medida impõe-se por razões de segurança _ Duas árvores do jardim municipal de Cantanhede vão ser abatidas


Duas tílias do jardim municipal de Cantanhede, contíguo à Praça Marquês de Marialva, têm de ser abatidas por razões de segurança, conforme recomenda a avaliação mandada realizar pela autarquia a uma empresa especializada. Além do inevitável abate dessas árvores, para as quais não há recuperação possível, o estudo recomenda o tratamento de seis outras consideradas com grau de risco elevado e de mais 10 com grau de risco moderado, conforme resultou do diagnóstico efetuado à sua estabilidade biomecânica. 
Esse diagnóstico foi feito através do “VTA - Visual Tree Assessment”, método reconhecido internacionalmente e cuja aplicação aos exemplares arbóreos do jardim municipal de Cantanhede contemplou a medição dos seus defeitos estruturais, a interpretação dos sintomas de perigo e a avaliação dos critérios de rutura. As anomalias detetadas, traduzidas em deficiências da resistência biomecânica das árvores inspecionadas e em outras deformidades, afiguram-se particularmente graves nas duas tílias a remover por constituírem uma ameaça à segurança de pessoas e bens patrimoniais existentes sob a projeção da sua estrutura arbórea numa eventual queda em caso de rutura total ou parcial.
A decisão de avançar com o seu abate surge assim como uma inevitavelmente, não só pelo grau de deterioração em que se encontram, mas também pela constatação de que são cada vez mais recorrentes ventos muito fortes no outono e no inverno, o que de resto foi especialmente notório o ano passado com a tempestade Leslie, cujos efeitos se fizeram sentir também no jardim municipal de Cantanhede com a queda de algumas árvores e a destruição parcial das copas de outras. 
De todo o modo, a eliminação das duas tílias não afetará significativamente a estrutura do jardim, até porque se encontram situadas em locais periféricos, mantendo-se intactas as zonas de ensombramento dos espaços de fruição pública mais movimentados.  

Quanto às 16 árvores que vão ser sujeitas a intervenção para reforçar a sua resistência biomecânica, as medidas preconizadas pela equipa que fez o diagnóstico passam essencialmente pela realização de podas de rebaixamento normalmente aplicadas a árvores muito envelhecidas e com fortes debilidades, mas que, pelo seu valor histórico e paisagístico são de manter, como é o caso. Segundo os técnicos, “atendendo à debilidade biomecânica que os ramos de primeira ordem apresentam, a única hipótese de manter as árvores sem que elas corram risco de rutura, como aliás já ocorreu, será diminuir a densidade das varas mais recentes e reduzir a sua altura. Tal intervenção permite a redução vertical de carga sobre os ramos de primeira ordem e, simultaneamente, o alívio da carga transversal sobre esses ramos por redução do atrito aos ventos.
Desse modo, criam-se condições para despoletar uma grande rebentação na próxima primavera, passando a existir uma forte profusão de novos ramos em virtude de se ter removido o gomo terminal de cada vara que possui a hormona que controla a dormência dos gomos situados abaixo. “Não existindo temporariamente essa hormona, registar-se-á uma forte rebentação de novos lançamentos, os quais deverão ser alvo de uma poda no inverno seguinte, a fim de selecionar os melhores conformados e localizados para poderem constituir a copa nos próximos dois a três anos”. Depois, quando os ramos atingirem essa idade, “deverão ser removidos, mantendo apenas os que tenham um a dois anos, e assim sucessivamente, de modo a ter uma copa controlada em dimensão e carga ao longo do tempo”.



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