quarta-feira, 23 de outubro de 2019

ESTARREJA | 27 de outubro: 70 anos da atribuição do Prémio Nobel da Medicina a Egas Moniz


Egas Moniz recebeu o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina a 27 de outubro de 1949 pela descoberta da leucotomia pré-frontal.

Estarreja e Coimbra assinalam estes 70 anos da atribuição do galardão ao neurocientista natural de Avanca, único no país no domínio da Ciência, com um conjunto de atividades, nos dias 26 e 27 de outubro, com o fórum “O Cérebro no Século XXI”, no Convento de São Francisco, em Coimbra, e o concerto dos “Alma de Coimbra”, no Cine-Teatro de Estarreja (CTE).

Dois dias com um programa científico e cultural

No sábado, dia 26 de outubro, Coimbra, a “Nobre Cidade” que Egas Moniz dizia nunca se poder esquecer, recebe o fórum “O Cérebro no Século XXI”, no Convento de São Francisco. Com início marcado para as 09h00, este evento conta com quatro simpósios que vão discutir os avanços do conhecimento na área do Cérebro, nomeadamente na investigação e no tratamento das doenças do sistema nervoso. Será ainda inaugurada a exposição “Egas Moniz: um olhar” que evoca a memória e a obra de Egas Moniz.


No domingo, dia 27, às 16h, decorre no CTE, a cerimónia de entrega do Prémio Egas Moniz em Neurorradiologia 2019, um prémio bienal, de carreira e de tributo à Neurorradiologia portuguesa. Durante esta sessão realizar-se-á também a apresentação oficial da “Bolsa Egas Moniz – Investigação Neurocientífica” a atribuir bianualmente, que visa dinamizar a apresentação de trabalhos de investigação originais e inovadores em temas de ética, medicina, saúde pública, biologia e ciências da vida, bem como estimular a cultura científica e a investigação clínica, na área das neurociências.

Logo de seguida, “Alma de Coimbra” sobe ao palco para um concerto de homenagem ao também cientista, professor, político, escritor, ensaísta e industrial. Antigos alunos da Universidade de Coimbra, encontram na música um espaço agregador e propiciador do cultivo dos ideais que pautaram os seus anos de vida académica. Tendo como núcleo central um coro masculino, as suas apresentações incluem, por norma, as guitarras e os fados de Coimbra. Graças ao talento e à criatividade do seu maestro Prof. Augusto Mesquita – autor dos arranjos corais de todos os temas que executam – o “Alma de Coimbra” procura, no país e além-fronteiras, a divulgação dos poetas, autores e intérpretes portugueses ou de língua portuguesa. A iniciativa é de entrada gratuita.

Homenagens a Egas Moniz de norte a sul do país

As comemorações desta efeméride tiveram início no passado dia 12 de maio em Vouzela, terra onde moraram os avós maternos e a mãe de Egas Moniz. Foi inaugurada a exposição “Egas Moniz, Cidadão Honorário de Alcofra”, na sede da Casa do Povo de Alcofra, e que contou com documentos e objetos pessoais de Egas Moniz. Nesta mostra, comissariada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e que esteve patente até 20 de maio, os visitantes tiveram a oportunidade de contactar com a vida e obra do Prémio Nobel a partir de um conjunto de peças, documentos e fotografias cedidas pela Câmara Municipal de Estarreja e Casa Museu Egas Moniz que permitem perceber esta relação e ligação a Alcofra, e de alguns trabalhos elaborados pelos alunos do 1.º ciclo da Escola de Viladra que executaram ao longo de oito meses, depois de visitarem a Quinta do Marinheiro e Casa-Museu Egas Moniz, em Avanca.

A Universidade de Lisboa também lembrou esta data. No Dia da Faculdade de Medicina, 16 de setembro, foi inaugurada a exposição dedicada ao Professor Egas Moniz, que contou com a colaboração na Câmara Municipal de Estarreja na cedência de peças e imagens. Fica aberta ao público até ao próximo dia 31. Foi ainda apresentado o livro “EGAS MONIZ – legados da sua vida e obra”, de Vítor Oliveira.

Em outubro, dia 5, a Casa Municipal da Cultura de Estarreja recebeu a exposição “Desenhar o Tempo – o Teste do Desenho do Relógio”, que tem como ênfase um dos instrumentos utilizados para a compreensão do funcionamento do cérebro e deteção de demência. Desenhar um relógio como representação do tempo envolve a colaboração de várias capacidades cognitivas progressivamente afetas nas situações de demência. Esta mostra, que pode ser visitada até dia 3 de novembro, insere-se no programa EU no musEU, de estimulação cognitiva e social do Museu Nacional de Machado de Castro, para pessoas com demência e seus cuidadores, em parceria com a Alzheimer Portugal, que se desenvolve desde novembro de 2011.

Daniela Couto

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