Ignorando que as unidades sanitárias públicas possuem apenas 34 ventiladores pulmonares para os 30 milhões de moçambicanos o Moza Banco, salvo da falência com dinheiro do povo, doou milhares de dólares a uma instituição de saúde privada para “apoiar no atendimento aos pacientes ligados à pandemia da covid-19”.
“O Moza Banco doou 50 mil dólares, equivalentes a 3.340.000 meticais, ao Instituto do Coração, para apoiar no atendimento aos pacientes ligados à pandemia da covid-19”, refere um comunicado da instituição bancária que foi resgatada da falência graças a dinheiro público injectado pelo Banco de Moçambique, diga-se num processo pouco transparente.
Embora seja uma instituição sem fins lucrativos o ICOR é uma instituição de saúde privada onde grande parte da classe média alta nacional e estrangeira procura atendimento médico que é banco a preços de mercado.
Aliás o paciente zero da covid-19 em Moçambique, um cidadão membro da elite política nacional, em vez de dar o exemplo de procurar atendimento numa das muitas unidades hospitalares públicas que estão preparadas para atender os infectados pelo novo coronavírus dirigiu-se justamente para esta instituição de saúde privada.
Enquanto o banco que vive de fundos estatais apoia uma instituição de saúde privada mais de 60 por cento das unidades sanitárias pública não tem sequer capacidade para prestar serviços básicos de cirurgia.
Importa recordar que desde que a pandemia da covid-19 foi detectada em Moçambique apenas um empresário chinês, seguradora estatal, um banco privado em uma fundação taiwanesa prestaram-se a apoiar o Ministério da Saúde. Nenhum das multinacionais ou alguma das 100 maiores empresas fez qualquer tipo de doação ou apoio a prevenção e combate do novo coronavírus no nosso país.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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