Os crimes violentos e a criminalidade geral diminuíram em Portugal cerca de 42 e 56%, respetivamente, durante a pandemia, face ao registo do mesmo período do ano passado, revelou hoje a PSP.
Entre 13 e 31 de março deste ano, altura em que o país já estava a enfrentar a pandemia de covid-19, a PSP registou menos 218 crimes violentos e menos 5258 de criminalidade geral, em comparação com o mesmo período de 2019, destaca a força de segurança em comunicado.
A PSP divulgou ainda que os crimes com decréscimo mais acentuado são os de furto por carteirista, com menos 427 denúncias, correspondendo a uma diminuição de 91% e os de ofensa à integridade física simples, com uma redução de 68%, registando-se menos 470 denúncias.
O roubo na via pública diminuiu 62%, com menos 167 registos, o furto em residência teve um decréscimo de 62% com menos 146 ocorrências e o furto de veículos motorizados diminuiu 57%, com 459 ocorrências.
Devido “ao atual quadro do estado de emergência” em Portugal, a PSP dedica “grande atenção à variação da criminalidade”.
E acrescentou: “especialmente a algumas tipologias criminais que, potencialmente, poderão conhecer agravamentos e ou novas formas de concretização”.
Os crimes de burla com fraude bancária, abandono de animais e furtos em outros edifícios que não residências ou estabelecimentos comerciais e industriais sofreram um aumento, revela ainda.
A burla com fraude bancária teve um crescimento de 67%, correspondendo “a uma variação de 31 casos”.
O crime por abandono de animais cresceu 100%, com 10 situações detetadas e o furto em outros edifícios cresceu 16%, com um total de sete ocorrências.
Quanto aos crimes de violência doméstica, este tiveram uma redução de 38%, com menos 336 ocorrências, e uma quebra de 15% em todo o mês de março, em dados divulgados pela PSP no início de abril.
A força de segurança iniciou “a intensificação dos contactos pessoais com as vítimas de violência doméstica” e divulgou o email violenciadomestica@psp.pt.
“Pretende-se com estes contactos apurar da estabilidade da vivência familiar e, se necessário, proceder à imediata reavaliação individualizada de risco e reajuste das medidas de proteção da(s) vítima(s)”, acrescenta ainda o comunicado.
Também entre 13 e 31 de março a PSP deteve 55 cidadãos por desobediência “no quadro legal específico deste estado de exceção” e encerrou 226 estabelecimentos.
A PSP realizou 2825 operações durante este período, controlando mais de 35 mil pessoas e 54 mil veículos e respetivos ocupantes, acrescenta ainda.
A sinistralidade rodoviária diminuiu 49%, o que corresponde a menos 1236 acidentes, menos cinco vitimas mortais, menos cinco feridos graves e 456 feridos ligeiros.
O comunicado realça a satisfação da PSP com o “elevado grau de adesão da população ao quadro legal em vigor e às recomendações das autoridades de saúde e às restrições em vigor”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).
IMPALA
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