O Brasil contabilizou 456 mortes e 29.070 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 164.737 óbitos e 5.810.652 infetados desde o início da pandemia, informou hoje o executivo.
Contudo, os números divulgados pelo Ministério da Saúde são parciais, por não englobarem os óbitos registados nas últimas 24 horas no estado de São Paulo, e as infeções e mortes contabilizadas no Paraná, devido a um problema técnico no sistema de monitorização dos dados estaduais, que se arrasta desde a semana passada.
Sobre esse problema, o Ministério da Saúde confirmou hoje, em conferência de imprensa, que tem indícios de que a tutela foi alvo de um ataque cibernético, tal como ocorreu no Superior Tribunal de Justiça do Brasil, no início do mês.
"Após o início das investigações sobre o vírus que afetou a nossa rede de tecnologia, há indícios de que a pasta também foi alvo de ataques cibernéticos, embora não haja relatório conclusivo. O Ministério não divulgou informações até agora para preservar dados e não comprometer provas", disse o secretário executivo da tutela, Élcio Franco.
Segundo o secretário, não houve "sequestro, comprometimento ou vazamento" de informações do sistema do Ministério, frisando que a situação deverá estar normalizada a partir da próxima segunda-feira.
"A dificuldade de acesso à rede nos últimos dias enfrentada por alguns estados e a inviabilidade de conferências de imprensa semanais deu-se em razão do bloqueio da base de dados, realizado para preservar as informações do Ministério", justificou Franco.
Segundo os dados divulgados hoje pelo Governo, no Brasil, país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, mais de 5,2 milhões de pessoas já recuperaram da covid-19, enquanto que 378.348 pacientes infetados continuam sob acompanhamento médico.
Já um consórcio formado pela imprensa brasileira, que colabora na recolha de informações junto das secretarias de Saúde estaduais, anunciou que o país somou 523 vítimas mortais e 29.052 casos confirmados nas últimas 24 horas, num total de 5.811.699 infeções e 164.855 óbitos.
Num momento em que o Brasil enfrenta uma forte polémica em torno da Coronavac, possível vacina chinesa contra a covid-19, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garantiu hoje que o órgão regulador do Brasil "passa longe de qualquer tipo de politização" sobre o imunizante.
"A Anvisa não deseja, não quer e passa longe de qualquer tipo de politização a respeito desta questão e de qualquer outra. É a mesma Anvisa que atuou na cedência dos testes rápidos, na disponibilização dos ventiladores (...). Não mudou absolutamente nada, não houve troca de corpo técnico", declarou Antonio Barra Torres, numa audiência virtual com parlamentares.
Apesar de ainda se encontrar na terceira fase de testes, a Coronavac já está a ser alvo de uma forte disputa política no Brasil, principalmente entre o Presidente do país, Jair Bolsonaro, e o governador de São Paulo, João Doria, que se tornou um dos adversários mais ferrenhos do chefe de Estado e que acolhe no seu estado o desenvolvimento dessa vacina.
O Instituto Butantan, vinculado ao estado de São Paulo informou hoje que 10 mil dos 13 mil voluntários da CoronaVac (77%) já foram testados. Do total de voluntários, uma parte recebeu o imunizante em causa e outra metade uma substância placebo, sem efeitos práticos no organismo.
Lusa
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