quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Dor Pélvica Crónica pode impactar a vida sexual do homem. APED alerta para os sintomas e tratamento


O mês de novembro, conhecido como “Novembro Azul”, é dedicado à consciencialização da saúde do homem e tem como objetivo sensibilizar a população masculina para a identificação de sintomas e procura de ajuda médica, para garantir a prevenção e tratamento de doenças. A falta de informação, o preconceito e, muitas vezes, a vergonha são algumas das razões que levam a população masculina a desvalorizar sintomas e a não procurar acompanhamento médico, que pode ajudar a identificar doenças que afetam o género masculino, como a Síndrome de Dor Pélvica Crónica.

A Síndrome de Dor Pélvica Crónica Masculina, também conhecida como Prostatite Crónica, afeta sobretudo jovens e homens de meia-idade, mas é prevalente em todas as idades. Esta é definida como dor crónica, pressão ou desconforto localizados na pélvis, períneo, ou órgãos genitais, com duração superior a três meses. Apesar de não ser originada por causas facilmente explicáveis, as infeções relacionadas com as doenças sexualmente transmissíveis (DST), cancro ou inflamação da próstata estão entre as principais causas da dor pélvica crónica.

Os sintomas mais comuns incluem dor ou desconforto no períneo, região supra púbica e órgãos genitais. Para além da dor, esta Síndrome é frequentemente acompanhada de alterações sexuais como disfunção erétil, ejaculação precoce ou dolorosa e sintomas de trato urinário, como micção e armazenamento e fluxo diminuído. Os sintomas sistémicos incluem mialgia, artralgia e fadiga e alguns doentes podem ter uma variante da cistite intersticial com dor predominante relacionada com a bexiga, associada a problemas urinários.

A Dra. Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), afirma que “os sintomas da Síndrome de Dor Pélvica Crónica Masculina são frequentes e podem intensificar-se durante horas, dias ou semanas. Além disso, é comum estes doentes apresentarem comorbilidades como depressão, stress e ansiedade. Desta forma, é fundamental estar atento aos sintomas e procurar acompanhamento médico para garantir um diagnóstico atempado e proceder ao tratamento adequado”.

O tratamento da Síndrome deve seguir uma abordagem multidisciplinar e deve ser personalizado de acordo com o fenótipo clínico do doente, uma vez que depende da causa subjacente e consiste principalmente em controlar os sintomas. Quando a infeção é identificada, é comum serem prescritos medicamentos como antibióticos anti-inflamatórios e relaxantes musculares. A fisioterapia do pavimento pélvico também pode ajudar a tratar as estruturas músculo-esqueléticas da região pélvica, onde todos os órgãos da cavidade abdominal e pélvica assentam. Ainda, termoterapia localizada, exercício de baixo impacto como caminhada, natação e yoga e alimentação saudável são bons aliados no controlo da dor crónica pélvica.

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