O Continente abre esta quarta-feira o primeiro "supermercado do futuro" de uma empresa europeia. No Continente Labs, não há caixas de pagamento, não há filas, nem sequer se para para pagar.
Fica junto ao Jardim do Arco do Cego, em Lisboa. É um supermercado em que o cliente só tem de entrar, pôr as compras no saco, ou no bolso, aliás de acordo com Frederico Santos, "aqui se um cliente meter um produto no bolso, não há problema" e no fim é só sair da loja. Está pago.
É um estabelecimento comercial que só não é único no mundo porque a Amazon está a desenvolver o mesmo tipo de conceito. A gigante online tem algumas lojas como esta nos Estados e duas na Europa.
Uma diferença para este supermercado do grupo Continente é que este tem tecnologia desenvolvida por uma startup portuguesa, a Sensei.
Na verdade, sublinha Frederico Santos, o Diretor de Inovação e Transformação Digital no Continente, este local não é bem uma loja, é mais "um laboratório" onde o grupo de retalho quer fazer uma série de experiências com a colaboração dos clientes.
A mais importante é esta: entrar, comprar e sair do supermercado sem ter de perder um segundo. O único requisito é, à entrada, identificar-se com um código QR na app para o smartphone.
De resto, não é apenas a sensação de sair sem pagar que se estranha nesta loja. Basta olhar em volta. Não há caixas registadoras, nem nenhuma outra forma de pagamento. Para além disso, sublinha o chefe da inovação no Continente, "não há carrinhos e também não há cestos. Temos ali um ou dois apenas para o caso de serem mesmo precisos, porque não é essa a ideia".
Frederico Santos que explica que "a ideia é que o cliente entre com a sua bolsa, saco, mochila, ou casaco, vá tirando os artigos, guarda-os onde quiser e quando chegar ao fim, vai embora".
Um processo simples, mas que mesmo assim vai contar com o apoio dos colaboradores da loja que vão ajudar os potenciais clientes a registarem-se.
Sorria, está a ser filmado... por centenas de câmaras
Tudo isto só é possível porque o teto desta pequena loja (talvez seja mais justo chamar-lhe mercearia, ou minimercado) está forrado com câmaras de filmar.
De acordo com Frederico Santos "nesta loja de 150 metros quadrados, no teto temos cerca de 200 câmaras, e há 400 prateleiras espalhadas pelos expositores". Note-se que as prateleiras também são sensores complexos, capazes de pesar tudo o que nelas é posto e a localização. Tudo isto comunica com o sistema central graças a 20km de cabos.
Um sistema que funciona com recurso a tecnologia desenvolvida pela startup portuguesa Sensei. Uma loja que esteve dois anos a ser concebida e que a partir de amanhã, quarta-feira, se torna realidade.
Um investimento da Sonae MC que Frederico Santos admite ser superior "a um milhão de euros" e que não foi feito para render dinheiro ao grupo. Aliás, "até nos vai fazer perder algum dinheiro". É o custo da inovação e do desenvolvimento de novas ideias.
Um supermercado do futuro que abre portas esta quarta-feira, em Lisboa, junto ao Jardim do Arco do Cego. Não é única no mundo, mas na Europa, só há mais duas como ela.
Quanto a planos para a expansão do conceito, Frederico Santos diz que "para já não temos planos", mas também deixa o aviso "em poucos meses conseguimos abrir uma loja igual a esta".
Ruy Tukayana
Imagem: TSF
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