O ator Jean-Paul Belmondo, que morreu hoje aos 88 anos, era "o magnífico do cinema francês", "o eterno sedutor" que mobilizou 130 milhões de espectadores em mais de 80 filmes, escreveu a agência France Presse, no seu perfil.
"A 7.ª arte perde uma das figuras mais populares, um ator que soube fazer tudo, sem se levar demasiado a sério, de filmes de ação até às mais belas horas do cinema de autor", acrescentou a agência francesa de notícias, recordando Bébel, como era conhecido, "o seu sorriso devastador, o seu nariz de pugilista e a sua agilidade inimitável".
Belmondo foi o símbolo da modernidade da 'nouvelle vague', em filmes como "O acossado" e "Pedro, o louco", de Jean-Luc Godard, mas foi também o gangster de "Borsalino", o agente dos filmes de ação que se transformaram em campeões de bilheteira.
A sua interpretação de Michel Poiccard, a personagem do pequeno criminoso do filme fundador da 'nouvelle vague', que se transforma em assassino e permanece em fuga, dá corpo a um anti-herói provocador, diferente dos estereotipos de Hollywood, em que se inspirava o própio Godard, como destacou a agência espanhola Efe, na biografia do ator.
Na derradeira longa-metragem, "Un homme et son chien", de Francis Huster, rodada em 2008, quase 50 anos depois, Belmondo, fisicamente marcado pela doença, assume o papel de um velho sem casa, a tentar sobreviver com o seu cão, num dilema entre a vida e a morte.
O cinéfilo português João Bénard da Costa, antigo presidente da Cinemateca Portuguesa, recordou-o entre as figuras "Muito lá de casa", lado a lado com a atriz Anna Karina, em "Uma mulher é uma mulher". O escritor Mário Dionísio foi sensível ao ator de "Pedro, o louco", "o homem que se rebela contra o seu próprio desmembramento".
Lusa
Imagem: EL PAÍS
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