Conferência organizada pela Autarquia resulta em troca de experiências e boas práticas, deixando em aberto a possibilidade da criação de projetos em conjunto
A Câmara Municipal de Águeda demonstrou a sua disponibilidade para, numa ação concertada e em parceria com as demais entidades ligadas ao setor, desenvolver e implementar projetos na área da economia circular e de sustentabilidade ambiental.
A ideia foi transmitida por Edson Santos, Vive-Presidente da Câmara de Águeda, no decorrer da conferência “As novas comunidades circulares”, que se realizou na sexta-feira, dia 26 de novembro, no Salão Nobre da Autarquia e que reuniu representantes de diversos municípios, Organizações Não Governamentais, do governo central e regional, bem como empresas e público em geral.
Num encontro que integrou um conjunto alargado de atividades realizadas pela Câmara de Águeda no âmbito da Semana Europeia da Prevenção dos Resíduos, Edson Santos enalteceu a rede de parceiros estabelecida que permite “sensibilizar cada vez mais a população para a importância da reciclagem e de reutilizar o que desperdiçamos”.
Neste evento, onde foram partilhadas as boas práticas implementadas pela Câmara de Águeda, nomeadamente o projeto “Resíduos com Valor” (máquina seletiva de resíduos instalada no Mercado Municipal), e pelos restantes intervenientes na conferência, surgiram novas ideias e modelos a desenvolver em parceria.
“É precisamente este o nosso objetivo, de apoiarmos ideias e projetos que surjam, que nos ajudem a implementar cada vez melhor e mais rápido as boas práticas existentes nesta área”, salientou o Vice-Presidente da Câmara Municipal, disponibilizando-se para aceitar “projetos e desafios que daqui resultem”. Até porque, defendeu, “estão previstos fundos europeus para este setor, pelo que se estivermos atentos e se nos programarmos com tempo, definindo ideias e estratégias, estaremos preparados com projetos concretos para, sempre em parceria, nos candidatarmos a essas verbas. Que possamos tirar (do encontro) boas ideias para implementar num futuro muito próximo”, desafiou.
Um objetivo corroborado por Patrícia Moreira, representante da Direção-Geral do Território (DGT), que salientou que mais do que “a quantidade de dinheiro (que vem), é conseguirmos fazer chegar essas verbas às pessoas certas, ou seja aos municípios que tenham planos de ação para a economia circular e que gastem esse dinheiro de uma forma que resulte em desenvolvimento sustentável”.
Neste sentido, partilha da opinião da importância do estabelecimento de parcerias, de que a iniciativa nacional de cidades circulares - que envolve 28 municípios de todo o país, da qual Águeda faz parte e que a DGT coordena - é um exemplo relevante. “Pretendemos facilitar e capacitar os municípios” para estarem preparados e definirem esses planos de ação, disse a responsável, destacando Águeda como um Município preocupado e ativo neste projeto.
Águeda faz parte de uma das quatro redes de cidades circulares, em concreto a que respeita ao ciclo urbano da água, e que prevê, para além da aprendizagem e partilha de boas práticas, a definição de “ações em cocriação, em conjunto e, muito importante, em colaboração e estreita ligação com a comunidade” envolvente. “Esta é uma nova forma de trabalharmos os problemas do planeamento e desenvolvimento do território, de nos convocarmos para estes novos desafios”, sublinhou.
Desafios que levam tempo a concretizar, porque implicam mudança de hábitos, e que passam, frisou Edson Santos, pela consciência de que o desperdício “vale dinheiro”. Deu como exemplo, os resíduos resultantes de estabelecimentos HORECA, que “têm um custo brutal no que pagamos às entidades que vão fazer a recolha do lixo e tratamento”.
“As pessoas têm de perceber que isto vale dinheiro e que poupando nesta área, podemos gastar noutras, mesmo no setor ambiental”, sendo que, para tal, continua, é necessário, muitas vezes, “haver uma linha orientadora (governamental) e uma ligação entre as várias entidades, públicas e privadas”, que devem estar “desprovidas de interesses económicos”.
Ana Cristina Carrola, representante da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), destacou as mudanças legislativas que foram implementadas este ano e que colocam desafios importantes aos municípios, nomeadamente na área da recolha seletiva de biorresíduos até ao final de 2023, ou a necessidade de fazer a recolha seletiva de novos resíduos (como têxteis e outros) até ao final de 2025. Para a dirigente, esta conferência “revela que Águeda está comprometida com as novas estratégias, com vista a uma economia mais circular e onde a prevenção tem um papel fundamental”.
Refira-se que a conferência contou com dez intervenções, distribuídas por três painéis, que permitiram a discussão de temas relacionados com a economia circular, desde boas práticas, aos desafios dos biorresíduos sem esquecer o papel da sensibilização ambiental e como se prepara a mudança.
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