Uma equipa de investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) está a participar num estudo internacional, promovido pela Compassionate Mind Foundation, que visa compreender melhor as experiências emocionais dos profissionais de saúde que estiveram, ou estão, na linha da frente no tratamento de doentes com Covid-19.
Para alcançar o maior número possível de profissionais de saúde nestas condições em Portugal, a equipa, coordenada por Marcela Matos, investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da FPCEUC, procura voluntários que pretendam participar na investigação.
Podem participar neste estudo todos os profissionais de saúde que estiveram e/ou estão diretamente envolvidos no tratamento de doentes com Covid-19, designadamente os profissionais dos serviços de Medicina Interna, Medicina Intensiva (unidades de cuidados intensivos, UCIs), Serviço de Urgência e Serviço de Pneumologia, de centros hospitalares do país. Para tal, basta aceder ao link: https://limesurvey.fpce.uc.pt/limesurvey/index.php/117816?lang=pt. A equipa do projeto informa que «todas as questões de privacidade, confidencialidade da informação e anonimato dos participantes estão asseguradas».
«Há evidências crescentes de que os profissionais de saúde da linha da frente no combate à Covid-19 experienciaram reações emocionais adversas, o que pode estar associado a um aumento dos níveis de sintomas de ansiedade, depressão, trauma e burnout. Este estudo visa expandir a compreensão da natureza multifacetada da experiência emocional dos profissionais de saúde da linha da frente no cuidado de doentes Covid-19», explica Marcela Matos, coordenadora do estudo em Portugal.
Para além disso, acrescenta a investigadora do CINEICC e docente da FPCEUC, «estes profissionais têm sido confrontados com prolongada exaustão física e emocional e intensa tristeza, associadas à especificidade desta situação trágica e sem precedentes que é a pandemia de Covid-19, que se revela assim uma experiência única que difere de outras formas de trauma pessoal».
A compreensão das experiências emocionais destes profissionais de saúde, salienta ainda Marcela Matos, ajudará a desenhar estratégias «específicas de promoção da saúde mental e do bem-estar, por forma a tentar ajudá-los a lidar com a situação e a aliviar algumas das dificuldades vivenciadas».
Cristina Pinto
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