quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Robinho condenado em última instância a nove anos de prisão por participar em violação coletiva

Justiça italiana confirmou hoje a condenação de Robinho por ter participado num ato de violação coletiva. O futebolista brasileiro recebeu uma pena de nove anos de prisão.

A última instância da justiça italiana negou o recurso interposto por Robinho, adianta a AFP, validando a pena de nove anos de prisão aplicada ao futebolista brasileiro.

Os juízes da terceira seção criminal, reunidos em Roma, "consideraram que o recurso interposto pelo jogador era inadmissível e que, portanto, a sentença é definitiva", informou aos jornalistas o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi.

Um total de quinze magistrados italianos consideraram que as acusações foram amplamente comprovadas. "O nosso desejo é que o Brasil cumpra a sentença", ressalvou o advogado. Robinho não compareceu a nenhuma das audiências, foi condenado à revelia e se defendeu por meio de um advogado.

Em 2017, Robinho, de 37 anos, foi condenado em primeira instância a nove anos de prisão, pela participação numa violação coletiva, cometida em 2013 contra uma jovem de 23 anos, de origem albanesa, quando representava o AC Milan, decisão da qual apresentou recurso.

De acordo com a denúncia, Robinho, juntamente com outros cinco compatriotas, fez a jovem beber "a ponto de deixá-la inconsciente e incapaz de resistir" e depois teve "relações sexuais várias vezes seguidas" com ela.

O suposto crime ocorreu numa discoteca da cidade italiana. Robinho garante que é inocente e que o sexo foi consensual com a mulher.

Para o advogado da vítima, que compareceu à audiência em Roma junto com a sua cliente, é necessário que as pessoas que participaram na violação coletiva, quatro amigos brasileiros do jogador, também sejam processadas.

"O desejo da minha cliente é que a justiça seja feita", disse ele. "Ela está emocionada e pediu para não dar declarações", explicou.

No entanto, apesar da condenação ser agora em definitivo, Robinho não pode ser extraditado para Itália porque a Constituição Federal de 1988 proíbe a extradição de brasileiros. Além disso, o tratado de cooperação judiciária no que toca a matéria penal entre Brasil e Itália possibilita que condenados a residir no país sul-americano não sejam forçados a cumprir pena em território brasileiro.

No meio de toda a polémica, o portal 'GloboEsporte' publicou as transcrições das conversas telefónicas que a Justiça italiana usou para condenar Robinho, em que o jogador de futebol afirmou que não estava "nem aí" para a situação, porque "a mulher estava completamente bêbada".

Esta é a segunda acusação por violação enfrentada pelo atleta que conta com mais de 100 internacionalizações pela seleção brasileira. Em 2009, enquanto representava o Manchester City, na Inglaterra, na cidade de Leeds, foi alvo de investigação após uma mulher ter apresentado queixa por violação. No entanto, acabou por ser ilibado.

Madremedia/AFP

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