O melhor de todos nós morreu. O Fernando Rocha Andrade partiu e deixa já atrás de si, em mim e em todos os que genuinamente o estimavam, um vazio imenso…
Na verdade, desde o momento em que, há já muitos anos, comecei a imaginar-me, um dia, um velho - o que não é algo em que sequer pensemos senão depois de já transpostos os anos mais verdes das nossas vidas - sempre me imaginei, quando a tal idade e condição chegasse, sentado numa qualquer esplanada ou banco de jardim, em Aveiro, a nossa cidade comum, a partilhar gargalhadas e recordações com o Fernando e os seus sempre inexcedíveis sentido de humor e inteligência. Hoje, descoroçoado, sei que isso, afinal, não virá nunca a acontecer.
O FRA deixou-nos hoje. E partiu, enfrentando até ao fim, com inexcedível dignidade, o definhamento físico causado pela doença que acabou por o vitimar. Até nisso, ele foi, até ao último instante, um exemplo para todos nós.
Hoje, com a partida de um dos meus grandes amigos, é certamente também parte de mim que se vai com ele. A sua memória, essa, sei que viverá enquanto pulsar o coração de quem em vida o estimou e admirou.
Até um dia, Fernando.
Guarda-me, até lá, um lugar aí, perto de ti…
(de muitas, esta, de sorriso aberto, por mim fotografado, quando ambos, eleitos pelo mesmo círculo e lista, saíamos bem-dispostos dos nossos vizinhos gabinetes, até à Sala das Sessões, para aquela que viria a ser a sessão inaugural da XIII legislatura).
Filipe Neto Brandão
Fonte: Facebook
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