A Caravana pela Justiça Climática, que pernoitou e passou por
diversos pontos do concelho de Proença-a-Nova, como o Parque de
Campismo da Aldeia Ruiva e a aldeia de Sobral Fernando nas margens do
rio Ocreza, percorreu um total de 400 kms, num trajeto que focou as
zonas do país mais afetadas pelos incêndios. Entre os dias 2 e 16
de abril, mais de 120 pessoas participaram na iniciativa, que partiu
da Praia da Leirosa e terminou no Parque das Nações, em Lisboa.
Ao
longo das estadias, o grupo organizou cirandas e debates, nos quais
todos eram convidados a participar. Houve espaço também para a
atividade “Devia Haver Aqui”, deslocando-se a fábricas ou
empresas que o grupo considerou poluente, onde se apontavam soluções
para o que poderia haver naquele espaço. António Assunção,
participante da Caravana, assume que “o grande impacto que tentamos
ter com a Caravana pela Justiça Climática não é bloquear
infraestruturas ou bloquear emissões, mas sim construir uma
infraestrutura e universo mais capaz, que não esteja só nas
cidades”. Quanto ao apoio sentido das populações locais, António
é perentório e refere mesmo que “em todos os sítios por onde
passámos, as pessoas ficam a saber que não estão sozinhas, que na
questão dos incêndios não estão abandonadas, embora o tenham
sentido. Mostramo-nos dispostos a colaborar, por isso o resultado
mais prático é a criação de uma conexão mais forte entre as
cidades do litoral e do interior para uma ação política conjunta”.
Matilde
Ventura, também participante da Caravana, assume as dificuldades em
embarcar nesta aventura, mas agradece o apoio demonstrado: “claro
que é duro, mas toda a gente tem sido muito gentil e amável para
nós, com quem nos cruzámos, tanto as pessoas das localidades, como
das Câmaras locais”. A Caravana pela Justiça Climática, ao longo
da caminhada, publicou um Diário de Bordo, no qual foram dando nota
dos acontecimentos de cada dia. No penúltimo dia, segundo a
organização “chegou-se com uma multidão unida, impossível de
ignorar. As pessoas saíram à rua, espreitaram às janelas e
gritaram connosco”. No último dia, deu-se a chegada ao Parque das
Nações, com um almoço em clima de confraternização.
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