Governante está a ser criticada por não implementar medidas mais estruturantes. Marcelo Rebelo de Sousa tem pouca esperança que o Estatuto do SNS venha a sortir efeitos desejados e necessários.
Marta Temido, Ministra da Saúde, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros
Enquanto Ministra da Saúde, Marta Temido enfrentou o pior pesadelo que qualquer governante poderia imaginar: uma pandemia como há séculos não se via e causadora de mortes em níveis trágicos. Durante os períodos mais difíceis, foi navegando o exercício das suas funções com o apoio de António Costa, mas também do Presidente da República.
Enquanto Ministra da Saúde, Marta Temido enfrentou o pior pesadelo que qualquer governante poderia imaginar: uma pandemia como há séculos não se via e causadora de mortes em níveis trágicos. Durante os períodos mais difíceis, foi navegando o exercício das suas funções com o apoio de António Costa, mas também do Presidente da República.
O facto de o país ter fugido a cenários mais draconianos, como os vistos em Espanha ou Itália, e ter atingido elevadas taxas de vacinação fez com que durante meses fosse considerada uma das ministras mais populares do Governo, recolhendo a simpatia da família socialista – a quem só se juntou tarde.
Mas esses tempos parecem ultrapassados, em função da aparente falta de capacidade de resposta aos problemas do Serviço Nacional de Saúde, passado o período mais crítico da pandemia.
De acordo com o Expresso, denota-se no PS, por isso, uma mudança de posição do primeiro-ministro em relação a Marta Temido, havendo até quem diga que “parece que a está a deixar cair”. A título de exemplo, com a crise nas urgências obstétricas no início do verão, foi sempre a ministra que deu a cara, resguardando António Costa – que se limitou a anunciar uma solução rápida para o problema.
No entanto, o caso manteve-se na ordem do dia, o que levou o Conselho de Ministros a aprovar o novo Estatuto do SNS, mas que não será, naturalmente, uma solução mágica para todos os problemas. Na realidade, as negociações com os sindicatos em relação às horas extra continuam, com Marta Temido ao leme, da parte do Governo.
A oposição aproveita a onda, alegando que nenhuma das medidas recentemente anunciadas e implementadas sortiu efeitos, tendo, em alguns casos, agravado os problemas. As críticas à ministra parecem também surgir de dentro de portas. Por exemplo, há quem veja que a criação do cargo de diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde pode levar a um esvaziamento do lugar atualmente ocupado por Marta Temido.
Marcelo Rebelo de Sousa, por exemplo, já alertou precisamente para um eventual conflito e sobreposição entre o diretor-executivo do SNS e a Direção-Geral da Saúde, mas também da própria ministra. O Presidente da República promete estar atento ao desenrolar dos acontecimentos nos próximos meses, sobretudo após as críticas feitas publicamente ao novo estatuto do SNS, no qual não deposita esperanças de mudança.
Não é, ainda assim, expectável em Belém que Marta Temido saia pelo próprio pé, estando intrínseca à sua permanência o novo esquema de gestão do SNS. Ao contrário do que a muita da direita pensa devido a posições recentes, Marcelo não está de mão dada com o Governo, sobretudo no que à saúde diz respeito.
ZAP //
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