Iniciativa assinala os 50 anos da morte do fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), e estará patente no Palácio Baldaya, em Benfica, entre 17 de março e 25 de junho de 2023. Em 2024, evocando os 100 anos do nascimento de Cabral, será exibida em Cabo Verde
A Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril está a desenvolver uma exposição dedicada a Amílcar Cabral, fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC). Esta iniciativa assinala os cinquenta anos da morte do líder independentista, ocorrida em Conacri em 20 de janeiro de 1973, e será exibida no Palácio Baldaya, em Benfica, entre 17 de março e 25 junho de 2023.
“As lutas de libertação desenvolvidas em África contra o então Império Português foram determinantes para a queda da ditadura do Estado Novo. Amílcar Cabral é uma figura essencial nesse contexto, pelo papel de liderança que desempenhou então, mas também pelo seu legado, que perdura até aos dias de hoje, e que vem conquistando uma dimensão internacional muito significativa”, afirma Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva.
50 anos, 50 peças
“A exposição desenvolve-se ao longo de uma sequência de 50 peças, que pretendem dar a conhecer a vida de Amílcar Cabral e as relações que fizeram das lutas contra o colonialismo uma experiência comum a inúmeras pessoas e
instituições que se corresponderam e solidarizaram com ele e com o anticolonialismo africano, de Cuba à Europa de Leste, passando pela Escandinávia”, explica José Neves, comissário científico da iniciativa, em conjunto com Leonor Pires Martins.
As 50 peças selecionadas incluem documentos escritos e visuais, assim como objetos artísticos e outros que trabalham com diferentes vestígios da vida de Cabral ou a ela associados.
“Será possível ver, por exemplo, correspondência trocada entre Amílcar Cabral e jornalistas franceses e britânicos; documentação relativa aos apoios internacionais recebidos da União Soviética, Suécia e Cuba; imagens em vídeo,
pouco conhecidas, da participação de Cabral na Conferência Tricontinental, em Havana, em 1966, e das zonas libertadas da Guiné; retratos feitos por artistas plásticos nacionais e internacionais; e ouvir a presença deste independentista e das lutas anticoloniais na música – desde a world music até ao rap”, acrescenta o historiador.
A partir da exposição, a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril vai promover iniciativas diversificadas – mesas redondas, concertos, visitas guiadas, um ciclo de cinema, uma feira do livro, etc. –, incidindo sobre temas como colonialismo, luta anticolonial e descolonização.
Em 2024, evocando os 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral, esta exposição estará patente em Cabo Verde.
A iniciativa tem curadoria científica de José Neves e Leonor Pires Martins; consultoria de Alfredo Caldeira; Arquitetura de Ricardo Santos e Miguel Fevereiro; e Grafismo de Vera Tavares. Conta, enquanto parceiros, com a Junta de Freguesia de Benfica, a Fundação Amílcar Cabral, o Laboratório Associado IN2PAST, a Associação TCHIWEKA de Documentação, e a Fundação Mário Soares e Maria Barroso.
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