O Município de Cantanhede prossegue com a
reflorestação de mais de 1.500 hectares do Perímetro Florestal das
Dunas de Cantanhede, intervenção financiada pelo Programa de
Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR 2020) e que teve início em
novembro de 2022.
Entretanto, foram já plantadas mais de 1,5
milhões de árvores e mais recentemente, em outubro do ano passado,
procedeu-se à reposição das mais de 250 mil que não sobreviveram
ao verão de 2023. Esta situação era de resto tecnicamente
expectável e estava prevista no projeto que o Gabinete Técnico
Florestal da autarquia elaborou, em articulação com Instituto de
Conservação da Natureza e das Florestas, para promover a
recuperação do potencial ambiental, turístico e social de uma
vasta zona de floresta da Freguesia da Tocha que foi destruída pelo
grande incêndio de 2017.
Além disso, foi essa equipa que elaborou a
candidatura para obtenção de financiamento comunitário para o
investimento de 1.284.250 euros, candidatura essa que veio a obter
uma comparticipação de 80% por fundos da União Europeia, sendo os
restantes 20% custeados pela Comunidade Local dos Baldios da
Freguesia da Tocha.
Atualmente decorrem em simultâneo no
terreno os trabalhos de desmatação, abertura de regos e plantação
de pinheiro-bravo, perspetivando-se que a arborização total da área
do projeto (1.500 hectares) fique concluída até ao final do mês de
fevereiro.
À Câmara Municipal, através do Gabinete
Técnico Florestal, cabe supervisionar as ações de reflorestação,
por forma a assegurar o cumprimento das operações programadas e o
rigor técnico da sua execução, bem como a elaboração do Plano de
Gestão Florestal do Perímetro Florestal das Dunas de Cantanhede.
Além do Município de Cantanhede e do
Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, são
entidades parceiras no processo de reflorestação a Junta de
Freguesia da Tocha e a Comunidade Local dos Baldios da Freguesia da
Tocha.
O
projeto tem vindo a ser executado nos termos enunciados,
designadamente com a mobilização do solo para a plantação de
pinheiro-bravo (1.395,8ha nos talhões), pinheiro-manso (49,2ha nas
faixas da rede primária e faixa de gestão de combustível associada
à rede viária) e choupo-negro, borrazeira-preta e salgueiro-branco
(20,5ha para reabilitação das galerias ripícolas associadas às
linhas de água)
Além
das operações de controlo da vegetação espontânea (acácias e
outras), contemplou ainda a execução de duas parcelas
experimentais, uma de consociação de pinheiro-bravo e sobreiro
(20,1 hectares) e uma outra só com pinheiro-manso (17,4 hectares),
Trata-se de um projeto técnico muito
ambicioso a todos os níveis, uma vez que o local em causa se insere
na Rede Natura 2000 e que por esse motivo determina a subordinação
da existência de floresta a determinados fins de utilidade pública,
tais como a conservação, a gestão sustentável dos recursos
naturais associados e a preservação dos habitats naturais e da
fauna e da flora selvagens, tendo em consideração as orientações
regionais de ordenamento florestal constantes no Programa Regional de
Ordenamento Florestal (PROF).
*Carla Cruz Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário