terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

BOLIVIANOS DISSERAM “NÃO” A QUARTO MANDATO DE EVO MORALES


 
Evo Morales, o presidente da Bolívia
Evo Morales, o presidente da Bolívia
Com 72,5% dos votos apurados, o “Não” ganhou vantagem no referendo à possibilidade de reeleição de Evo Morales a presidente da Bolívia.
Este domingo, 6,5 milhões de eleitores foram às urnas votar uma mudança constitucional que permitiria ao presidente Evo Morales disputar um quarto mandato presidencial consecutivo, em 2019.
O Tribunal Superior Eleitoral da Bolívia divulgou esta segunda-feira o resultado parcial do referendo, e segundo os resultados já apurados, 56,5% dos bolivianos votaram a favor do Não e 43,2% peloSim.
Sondagens à boca das urnas dão a vitória ao Não, mas Evo Morales pediu aos bolivianos que esperassem “serenamente” pelos resultados oficiais.
Segundo o presidente, quando forem contadas as urnas no interior da Bolívia e os votos dos residentes no estrangeiro – onde o governo tem mais apoio – o cenário pode mudar.
Morales afirmou já, entretanto, que independentemente do resultado do referendo, vai continuar com as políticas adoptadas desde seu primeiro mandato, em 2006.
O terceiro mandato de Morales termina em 2020. Se a reforma for aprovada, e vier a ser reeleito, poderá manter-se no poder até 2025.
Primeiro presidente indígena da Bolívia, Juan Evo Morales Ayma, de 56 anos, diz que este é o tempo necessário para concluir a sua “revolução”.
Em dez anos de governo, Evo Morales nacionalizou os recursos naturais, reduziu os índices de analfabetismo e de pobreza, e a economia boliviana cresceu em média 5% ao ano.
Apesar de ter assumido recentemente o terceiro mandato consecutivo, transformando-se no presidente que mais tempo governou um país com histórico de instabilidade política e económica, Morales aproveitou o cenário favorável para lançar uma campanha pelo “sim” à reforma constitucional.
A oposição ao presidente Morales, que fez campanha pelo “não”, diz que a falta de alternância política é sinónimo de autoritarismo.
A morte de seis pessoas num protesto e denúncias de que Evo Morales teria favorecido uma ex-namorada com contratos governamentais contribuíram para fortalecer os oposicionistas.
Na noite de domingo, mal terminou a votação, a oposição comemorou o que considera ter sido a primeira derrota de Morales em dez anos de governo.
Mas o vice-presidente Álvaro García Linera, que acompanha o presidente desde a primeira eleição, disse que qualquer festejo é prematuro porque, numa votação tão renhida, todos os votos contam, e “basta um a mais” para ganhar.
ZAP / ABr

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