O
poeta e músico canadiano morreu em Los Angeles. No mês passado
lançou o último álbum, "You Want It Darker".
Uma
voz grave, profunda, inconfundível.
Leonard
Cohen morreu esta quinta-feira, aos 82 anos, em Los Angeles.
O
anúncio surgiu numa nota publicada na página oficial do músico no
Facebook. "É com profunda tristeza que anunciamos que o
lendário poeta, compositor e artista Leonard Cohen faleceu. Perdemos
um dos visionários mais venerados e prolíficos visionários da
música".
No
final do mês passado, Leonard Cohen tinha lançado o álbum "You
Want It Darker", o 14.º da carreira. Na altura, numa entrevista
à revista New Yorker, dizia que estava pronto para morrer. Pouco
tempo depois, numa apresentação do álbum, recuava.
"Acho
que estava a exagerar. Todos precisamos de alguma dramatização de
tempos a tempos. Tenciono viver para sempre".
Leonard
Norman Cohen nasceu em Montreal a 21 de setembro de 1934. Perdeu o
pai muito cedo, aos nove anos.
A
mãe sempre incentivou a veia literária de Cohen. Estudou inglês na
Universidade de McGill e foi na literatura, em particular na poesia,
que deu os primeiros passos. O primeiro livro, "Let Us Compare
Mythologies" foi publicado em 1956.
Mas
não foi só na poesia que se destacou. Em 1963 lançou "O Jogo
Favorito", o primeiro romance, publicado em Portugal pela
Objectiva. "Vencidos da Vida" (em inglês "Beautiful
Losers") surgiu em 1966 e foi escrito na ilha grega de Hydra,
onde viveu alguns meses em 1964 e 1965. Foi lá que conheceu Marianne
Ihlen, a musa e amante de quem se despediu em julho deste ano e que
inspirou "So Long, Marianne".
Mudou-se
para Nova Iorque e foi aí que se dedicou à música, por achar que
podia ganhar mais dinheiro. O primeiro álbum, "Songs of Leonard
Cohen", foi lançado em 1967. Seguiram-se mais treze álguns,
com algumas paragens pelo meio e até o isolamento num mosteiro
budista na Califórnia. O último regresso aconteceu em 2004, depois
de um interregno de quase uma década.
Para
a história ficam músicas como "Hallelujah", "Suzanne",
"So Long, Marianne", "I'm Your Man", "First
We Take Manhattan" ou "Dance Me To The End of Love",
entre tantas outras.
Esteve
várias vezes em Portugal para concertos, os últimos no Passeio
Marítimo de Algés e no Pavilhão Atlântico.
Leonard
Cohen morreu quinta-feira à noite, aos 82 anos. A nota publicada no
Facebook diz ainda que em breve haverá uma homenagem em Los Angeles
em data a anunciar e pede o respeito pela privacidade da família
neste momento de luto.
Na
reação à morte do músico e poeta, o primeiro-ministro canadiano
escreveu na rede social Twitter: "nenhuma música de nenhum
artista soava como a de Leonard Cohen. No entanto, o seu trabalho
propagou-se ao longo de diferentes gerações. O Canadá e o mundo
vão sentir a falta dele".
Justin
Trudeau acrescentou uma citação de uma das músicas mais
emblemáticas de Cohen, "Hallelujah", terminando com
"R.I.P. Leonard" - descansa em paz.
Numa
declaração oficial, Justin Trudeau diz que Leonard Cohen será
lembrado com carinho pela sua voz agreste, o sentido de humor e as
letras assombradas que marcaram tantas gerações.
O
primeiro-ministro lembra que o músico é tão relevante hoje como
foi nos anos 60. Escreve Trudeau que a capacidade que Cohen tinha de
conjugar emoções fez dele um dos mais influentes músicos de todos
os tempos e que o estilo dele transcende os caprichos da moda.
O
primeiro-ministro canadiano termina com uma frase dirigida
directamente a Cohen: "Leonard, nenhum poema ou música soam
como os teus. Vamos sentir a tua falta".
TSF
Imagem:Estadodeminas
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