Bom dia,
Morreu Leonard Cohen, o artista mais eloquente do nosso tempo, na homenagem em vida que lhe prestou o Miguel Esteves Cardoso. Há um mês apenas, Cohen despediu-se de nós com um álbum de adeus - e aquelas palavras premonitórias: "I'm ready, my Lord". Nós, que não estávamos ainda preparados, mesmo que ele seja eterno, só podemos fazer-lhe a vénia e lembrar o poeta, o músico, o homem. O Hugo Daniel Sousa fez o texto, escrevendo por nós todos, até às tantas da manhã: Hallelujah, Leonard.
Nua: a Gisela João voltou hoje, com um álbum surpresa - e escolheu o Ípsilon para o dar a conhecer a todos. O Gonçalo Frota teve o privilégio de o ouvir já - e de falar com ela. Percebendo que a cantora quase se deixou dominar pelo pânico das expectativas geradas em torno do seu regresso. Mas que descanse: o novo álbum prova que tudo em que a Gisela toca é fado (e ouro).
O day-after na América
Trump e Obama deram um "passou-bem" gelado, anunciando uma reunião "excelente". E logo se percebeu a cara fechada de Obama, quando Trump explicou no Congresso as suas prioridades: imigração e saúde. Foi o que podemos chamar de "transição pacífica antes da tempestade das mudanças", na descrição do Alexandre Martins. Mais pacífico parece ter sido o encontro Michelle/ Melania, a avaliar pela foto.
Esta manhã, no liveblog que abrimos de novo, já temos mais protestos, o Papa e o chefe do Facebook a falar desta eleição.
Vamos a outras pistas, para perceber este mundo novo?
- Trump vai conseguir cumprir as promessas de campanha? A resposta chegou-nos do Washington Post e equivale a um "provavelmente não".
- Mas talvez mate mesmo o acordo de Paris, contra as alterações climáticas. Será?
- As incompatibilidades do novo Presidente são as maiores da história americana. Ponto a ponto, aqui estão elas.
- Quem é que elogia Trump? o CEO da Goldman Sachs. Havendo boas razões para isso - porque o programa dele já pôs as acções da indústria e da banca a subir (e as renováveis a descer).
- Quem não queria mesmo Trump era o autor de... "Os homens do Presidente". Volta Bartlet, estás perdoado.
- E em 1987, quem é que previa um Trump Presidente? O casal Nixon, que até o pôs por escrito.
- Mas, afinal, o que é que aconteceu na América? Uma boa explicação está aqui, assinada por Diana Soler, do IPRI.
- Na Opinião, a Teresa de Sousa dedicou-se ao futuro dos Democratas; Rui Tavares diz que chegou a "hora da verdade para a Europa"; Tiago Moreira de Sá e Rui Henrique Santos ao nacionalismo e proteccionismo e outros "ismos" de Trump; Nuno Garoupa à "arrogância das elites progressistas"; enquanto do Washington Post nos chegou este "Decifrar a Trumponomics, Prefácio e Capítulo I", assinado por Tyler Cowen, bem útil para percebermos o possível do seu problema económico.
Outras notícias do dia
A manchete do PÚBLICO: Governo e Marcelo preparados para perder administração da CGD. Lendo os nossos dois textos (aqui e aqui), ficará a saber quantos administradores estão indisponíveis para mostra o património; que a equipa pode sair em bloco, se o TC não aceitar sigilo; que Centeno não estava no Conselho de Ministros onde as regras se aprovaram (e onde Costa terá dito que isto não ia acontecer); e que a recapitalização pode mesmo fechar com uma nova administração, caso a "estreita" janela de António Domingues se feche.
Na política, há sinais estranhos no ar: Jerónimo diz que o OE é de submissão; Marcelo diz que a geringonça está "de boa saúde"; e o PSD oficial diz que a disponibilidade de Rui Rio é "normal" (e aproveita para pedir-lhe que se candidate nas autárquicas). E o que é isto pode querer dizer? Provavelmente nada.
Mais importante foi o elogio do comissário Moscovici a Portugal: "Está a fazer o que e preciso". Sobretudo se se confirmar esta notícia do ECO: que a Comissão está disponível para rever as regras do défice estrutural (o que levaria a esforços bem menos duros, nos países que viveram em recessão).
Falando de Orçamento, o ministro do Ensino Superior sugere contratações às universidades, usando a "folga orçamental" (dixit, ao DN). Enquanto o ministro da Cultura passou horas a tentar explicar por que razão este OE "não é uma enorme desilusão".
O Novo Banco está melhor, mas com prejuízos ainda. Os 359 milhões de prejuízos são uma melhoria face a 2015, sobretudo no último trimestre. Razão para António Ramalho dizer que o pior já passou? A presidente do Santander acha que, para o sector, ainda não (artigo aqui, no DN).
O que já passou também foi a Web Summit, mas com um notável sucesso, embora o sucesso só se possa medir "em cinco ou dez anos", nas palavras de Paddy Cosgrave. Houve muita gente à procura de cartões vermelhos(e isso é bom). E, no fim da história, quem ganhou foi Kubo, o robô educativo vindo da Dinamarca. Balanço final: 97 mil pastéis de nata, entre muitos números mais. E um editorial sobre as lições que podemos tirar destes quatro dias.
A MEO deixou uma notícia chata: os custos do futebol fizeram aumentar a factura, diz o Negócios. Mas há preços a baixar também: desta vez é a gasolina.
Ainda bem presente está o caso Pedro Dias. O suspeito ficou ontem em prisão preventiva - o que não surpreende depois desta incrível fuga. O que se pode dizer nesta fase é que a versão do ex-fugitivo não está a bater certo com os dados da GNR, nem ao nível dos tiros disparados.
Com esta semana louca que agora passa, deixo-lhe só mais as minhas Notas da Semana, onde eu resolvi dar... isso: notas. De avaliação, não de dinheiro, ok?
Hoje acontece
O congresso da Liga Portuguesa Contra o Cancro arranca em Coimbra, falando de quem sobrevive - gente boa, de sorriso na cara. Hoje, no PÚBLICO, contamos-lhe que há 20 mil sobreviventes ao ano, em Portugal. Como a Hilda, que não sabia que tinha direitos como estes.
A Fenprof volta aos protestos (se é que chega a tanto): entrega uma petição, reclamando mais verbas para a Educação.
Ah! E é dia de São Martinho. Aproveite para comer umas boas castanhas.
Só mais um minuto
Não é para chorar Cohen (daqui a pouco teremos mais MEC sobre ele), mas para olhar para o futuro da música. O Vítor Belanciano esteve à procura de pistas na Web Summit e chegou a esta encruzilhada.
Já o passado da música ficou com o Mário Lopes: uma sala, um biógrafo, 35 anos de... GNR.
E a televisão, como vai ser? “TV já não significa televisão, é ‘total video’”, antecipa a Joana Amaral Cardoso.
São pistas que lhe deixo para um fim-de-semana em grande, que pode bem ser complementado com a ajuda do nosso Guia do Lazer, ou do Cinecartaz. Faça-nos o favor de ser feliz, nós aqui estaremos para ajudar um bocadinho, cumprindo a nossa missão de o deixar bem informado.
Até já!
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