segunda-feira, 10 de abril de 2017

Guterres, 100 dias difíceis// Centeno a meio da ponte// O amigo de Dias Loureiro

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Viva! Aqui estou eu de volta. Vamos à actualidade?
O Benfica aguentou a pressão. Em Moreira de Cónegos, o líder não disfarçou o momento menos bom que atravessa, mas conseguiu os três pontos que lhe permitem manter a liderança. As conversas dos comentadores também estão garantidas: uma agressão de Samaris passou despercebida ao árbitro e promete horas de discussões acaloradas.
Uma notícia triste aqui ao lado, em Espanha: morreu Carme Chacón, a primeira ministra espanhola da Defesa, com apenas 46 anos.
Uma pista na Noruega. A polícia deteve um jovem suspeito de ter deixado bomba no metro de Oslo, um dia apenas depois do atentado na vizinha Suécia. Já desse ataque em Estocolmo, soubemos agora que havia uma ordem de expulsão em curso para o principal suspeito.
Um ataque reivindicado. O Daesh assumiu a autoria dos ataques a igrejas coptas, fomentando o ódio religioso no Egipto. O presidente do país decretou já três meses de estado de emergência.
E um efeito colateral dos mísseis de Trump. Boris Johnson e Vladimir Putin desentenderam-se face ao apoio incondicional da Rússia ao regime de Assad. Os efeitos da intervenção americana estão longe de ter terminado: os aliados de Assad ameaçam responder se EUA atacarem de novo.

As notícias do dia  

Costa não fechou a porta a Centeno. Com a liderança do Eurogrupo pendurada por mais uns meses, o primeiro-ministro português quer esperar para ver quais são os cenários (e as hipóteses) do ministro português, conta a São José Almeida. No nosso Editorial de hoje, o Manuel Carvalho dá um nome a este jogo: "António Costa a fazer-se difícil".
Passos atirou-se à geringonça"O único cimento desta maioria é a reposição de rendimentos", diz o líder do PSD.
Se Passos tiver razão, a geringonça vai encontrar solução para isto: os consumidores arriscam-se a pagar milhões às empresas de gás natural. A Ana Brito explica porquê, na nossa manchete de hoje.
A Segurança Social vai reabrir o call center. Ainda em Castelo Branco e agora com 90% de contratos sem termo. O concurso é lançado hoje, diz a TSF.
Ainda na Segurança Social, parece que as novas regras para as reformas antecipadas podem ser faseadas - deitando um balde de água fria nas pretensões dos partidos à esquerda.
Em compensação, a esquerda acordou novas regras sobre despejos. E tem a caminho boas notícias do INE (palavra de Marques Mendes).
Na banca, a administração do Novo Banco foi reforçada. Os quatro novos gestores fecham a equipa que vai comandar a instituição até a venda se concluir (depois é com o Lone Star). Já a Caixa, vai estar sob vigilância trimestral - diz o Negócios que qualquer desvio face ao plano aprovado ditará novos cortes no banco público (faz lembrar qualquer coisa, não é?)
Um hotel espanhol acusou estudantes portugueses de vandalismo. Se a gerência diz que nunca viu "nada assim", os finalistas respondem que o que houve foi "uma revolta".
E mais um caso, mais preocupante: um estudante de Évora acusado de traficar droga dentro de uma residência da universidade. O caso deixou a instituição em choque.

Para ler e digerir

A ONU de Guterres: 100 dias, sem estado de graça. Fez mudanças radicais no dia em que chegou, deu início a sete reformas logo nas primeiras semanas. Pelo meio, vieram muitos abanões e imprevistos (incluindo duas baixas vindas do conflito israelo-palestiniano) . Numa coisa, o staff, Trump e o mundo estão de acordo: exigem uma ONU melhor. E já em 2017, explica a Bárbara Reis. E o que viu o Governo português neste arranque? "Independência", "diálogo" e "pragmatismo", diz o ministro Santos Silva.
Os bufos de Erdogan vêm da própria sociedade civil. Um ano depois da tentativa de golpe de Estado, a escassos dias do referendo na Turquia, que pretende reforçar o poder do Presidente, é assim que está o ambiente em Ancara: pais que denunciam filhos; Maridos que acusam as mulheres; Colegas que traem colegas. A reportagem do Financial Times é um exclusivo do PÚBLICO para Portugal - e fez ontem a capa do P2.
Os negócios de Dias Loureiro com o ex-chefe de campanha de Trump. Paul Manafort não é só influente nos meios políticos conservadores - dirigiu as campanhas presidenciais de Trump, Ronald Reagan e George Bush pai. É omnipresente nos bastidores das grandes transacções internacionais, onde se mantém sempre a meia-luz. Raramente o seu nome figura em registos oficiais - mas no início da década passada fez negócios com Manuel Dias Loureiro. A Cristina Ferreira conta o que foi investigado pelo Ministério Público e o que se conclui da sentença da semana passada.

Hoje na agenda
  • O PCP dedica as suas jornadas parlamentares ao euro - ou melhor, à necessidade de preparar o país para uma saída da moeda única e para uma renegociação da dívida (ver aqui).
  • Os líderes dos países do Sul da UE juntam-se em Madrid, à procura de uma posição comum sobre o Brexit.
  • Marcelo andará por Cabo Verde, depois de ter começado a visita oficial com... dois pastéis de nata e um mergulho.
  • Começa oficialmente a campanha eleitoral em França, com Emmanuel Macron e Marine Le Pen na frente para uma segunda volta.

Só mais um minuto  

Há anos conheci um repórter fotográfico de mão cheia, que entretanto me desapareceu de vista. Desapareceu-me porque se pôs a andar pelo mundo, a fazer o que o que faz feliz, a usar o que Deus lhe deu - aquele dom para nos contar tudo numa imagem. O João Pina foi esta semana premiado no Estação Imagem pela reportagem que fez no Brasil - e, garanto-lhe, é mesmo obrigatório parar nesta estação.
Falando em reportagem fotográfica, a Biblioteca do Congresso dos EUA acaba de levantar o véu sobre o quotidiano dos soldados na Primeira Guerra Mundial. A guerra é a guerra. E era assim há 100 anos.
Para fechar com optimismo: reparou que a aldeia onde "o morto matou o vivo" é candidata a maravilha de Portugal? A Mara Gonçalves conta a história (e mostra as fotos) da Aldeia da Pena, onde vivem seis pessoas e que foi a anfitriã do anúncio. E começa assim: "Se se levantarem já conseguem ver a Aldeia da Pena lá em baixo, à vossa esquerda".
Por mim, não lhe indico nem a esquerda, nem a direita. Apenas o link por onde entrar, sempre que quiser uma actualização das notícias.
É bom estar de volta à sua companhia. Dia feliz e produtivo, até já!

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