terça-feira, 25 de abril de 2017

Startups - Os falhanços não aparecem nas notícias. E isso também é culpa minha

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Startups

Por Ana Pimentel, Jornalista
É um mea culpa assumido. Em três anos de Observador, conto pelos dedos de uma mão as histórias de insucesso que escrevi. E enquanto penso nisto sou invadida por um peso na consciência que já me é clássico: aconteceu porque não insisti o suficiente com as pessoas certas, porque fiz uma gestão errada do tempo, porque me distraí pelo caminho. Expor as nossas falhas nunca é fácil (eu acabei de expor uma). E além de exigir coragem, exige um certo desprendimento perante os outros que não é comum ao típico português. Sabem quantas vezes já reescrevi estas frases? Isso, várias.
Tendayi Viki deixou muito claro, numa conversa que tive com ele na Beta-i, que as rock stars do empreendedorismo estavam a ser construídas na imprensa – e que isso não tinha mal nenhum, porque estas histórias de sucesso inspiravam mais pessoas a sair da sua zona de conforto -, mas que era preciso mostrar a essas mesmas pessoas que “o ofício do empreendedorismo” também se aprende. Que há um método e que, quem estiver mais preocupado em representar no “teatro da inovação” do que em encontrar um modelo de negócio sustentável, vai ficar pelo caminho.
Investigador em inovação nas universidades de Stanford e Harvard, nos EUA, Tendayi Viki é sobretudo um pragmático. E se pensarmos que vos envio este email no dia em que, em Portugal, todos celebramos a liberdade, sobretudo a de podermos falhar, percebemos que na tecnologia, nos negócios, no trabalho, nas relações que temos uns com os outros, nunca fomos tão livres como agora. E, ainda assim, permanecemos peritos na censura. Sobretudo naquela que fazemos a nós próprios.
Tenham um ótimo feriado e uma ótima semana! Na próxima terça, escrevo-vos outra vez.

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Somos, em grande medida, aquilo que fazemos quando achamos que ninguém está a ver. Que pessoas nos tornaremos se sentirmos que nunca estamos realmente fora do alcance dos outros?

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