quinta-feira, 4 de maio de 2017

04 DE MAIO DE 2017 Louçã declara tréguas a Carlos Costa (e avisa António)// Em França, o debate foi guerra aberta

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Não foi um debate, foi um combate aquele a que a França assistiu ontem à noite. A primeira sondagem após o duelo dá a vitória a Macron. Mas como diz a Clara Barata, que o viu em Paris, a incógnita é a forma como será interpretado este duelo televisivo. Se preferir ter uma visão detalhada do debate, é só entrar no nosso minuto-a-minuto. Ainda sobre as presidenciais, anote a cara séria do Charlie Hebdo, mostrando que há alturas que não são para brincadeiras. E também o texto sobre o problema que se seguirá: quem será o novo chefe de Governo (dependendo de quem for o Presidente eleito).
Na Venezuela o combate foi na rua (e muito a sério). Os conflitos com a polícia no protesto contra Nicolás Maduro acabaram com um morto e 160 feridos. O Governo português deixou já a garantia de que tem pronto um plano de evacuação dos portugueses, para accionar assim que a situação se tornar incomportável.
Em Londres, os funcionários da Casa Real foram chamados para uma reunião de urgência esta manhã. O Telegraph diz que não há razões para alarme - mas a notícia deixou o país em suspense.
No futebol, o Mónaco sucumbiu ao peso da muralha da Juventus. A equipa de Leonardo Jardim interrompeu uma série de 13 jogos a ganhar em casa - e agora precisa de contrariar a história para virar a eliminatória.
O WhatsApp esteve em baixo duas horasNinguém ainda explicou porquê.

As notícias do dia  

Na nossa manchete está Francisco Louçã, com o anúncio de uma trégua surpreendente: "Não há e não vai haver um processo de substituição" de Carlos Costa, diz o conselheiro de Estado, agora conselheiro do Banco de Portugal. Na "Hora da Verdade", a entrevista PÚBLICO/ Renascença, Louçã diz que "o Banco de Portugal até recuperou o assento", com a recomposição da administração e com um acordo com o Governo sobre a entrega de dividendos ao Estado. Falando do relatório sobre a dívida pública, o ex-líder do Bloco chama-lhe um "primeiro passo de gigante": o PS, pela primeira vez, defende uma reestruturação da dívida - e o Governo está obrigado a propor isso em Bruxelas ("não é palavras ao vento", avisa). Com prudência, mas sem medo, diz ainda: "O rating é totalmente indiferente ao nível da dívida".
Na política, um sinal vermelho para BE e PCP: o PS vai chumbar as exigências da esquerda na contratação colectiva
E uma carta branca à administração da Caixanão há ordem para travar o fecho do balcão de Almeida (apesar do novo protesto marcado para hoje e apesar de não haver ainda acordo com as juntas de freguesia para facilitar a vida às pessoas, acrescenta o DN). A Caixa que, de resto, vai manter nos tribunais outro problema pendente - o da divulgação dos créditos polémicos dos últimos anos.
Do BPI, a novidade vem na facturaas comissões vão disparar em Agosto, diz o Eco, agora que o Caixabank tomou conta da maioria do capital.
No mundo económico, as queixas vêm dos construtores - e contra o regulador (muitas multas e pouco trabalho, dizem as empresas). E também da EDPque tem que culpar a chuva pela descida do lucro.
O turismo é que só dá alegrias: o boom já compensa quase sozinho o défice da balança de bens, anota o Sérgio Aníbal.
Para pais e filhos, novo alerta sobre a Baleia Azul: conta o JN que há indícios de que até telefonemas são feitos para os mais novos. A Ana Henriques falou com um especialista em cibercrime, que deixa uma recomendação: “As escolas têm de falar abertamente do tema”. Sendo que ela e a Clara Viana falaram com o psiquiatra Daniel Sampaio, que diz isto a quem começou a jogar o Baleia Azul: “Saia o mais depressa possível e peça ajuda”.
Na Educação, uma ideia que pode ser inspiradorahá 6 escolas que podem mudar quase tudo para combater o insucesso. Daqui a dois anos podemos medir os resultados.
E também uma no futebol, anunciada nos desportivos desta manhã: todos os jogos da I Liga vão ter video-árbitro, para ver se as polémicas acabam de vez. Ufa!

Hoje na agenda
  • Os parceiros sociais reúnem-se hoje com o Governo para discutirem as novas regras de cálculo e de atribuição das reformas antecipadas;
  • O Governo reúne-se também com os sindicatos médicos, tentando dar argumentos para estes desconvocarem a greve marcada para dias 10 e 11 (mas o ambiente não é promissor);
  • No Reino Unido há eleições locais, um teste importante para os partidos britânicos a cerca de um mês das legislativas antecipadas;
  • Já na Argélia, é dia de eleger um novo Parlamento, num escrutínio que deverá confirmar a predominância do partido presidencial;
  • Dois portugueses tentam chegar aos quartos-de-final do Estoril Open: Pedro Sousa e Frederico Silva. Na bancada estará o Presidente da República.

Para saber e pensar

1. Podem os nutricionistas ser patrocinados pela indústria alimentar? Há quem fique “chocado” por ver marcas como a Nestlé ou a Coca-Cola num congresso de nutrição, como o que começa hoje em Lisboa. E há quem diga que sem patrocínios é difícil organizar congressos. A presença da indústria afecta a credibilidade da classe? O debate está aberto e a Alexandra Prado Coelho dá-nos os prós e os contras.
2. Há uma fenda com 180 quilómetros prestes a dividir a Antárctida em dois. O final desta história, diz-nos a Andrea Cunha Freitas, é mais ou menos previsível: um iceberg gigante, com cinco mil metros quadrados, vai soltar-se da plataforma. E depois?
3. "O mundo como está é uma enorme estaca". Como assim? Responde o Nuno Pacheco: "O mais celebrado cantor catalão trocou de ribaltas: deixou a música e abraçou a política. Uma e outra unem-se, porém, na sua história pessoal como na da Catalunha". É de ambas que nos fala Lluis Llach, numa entrevista ao PÚBLICO, depois de ter sido homenageado em Lisboa.
4. E agora um livro. Anote primeiro esta frase: “Se houver Deus, ele é um mau romancista”. E siga a Isabel Lucas: "A linguagem é a arma mais poderosa do mundo e há quem mate para dominar o seu segredo. É a ideia de partida de um romance de Laurent Binet. Barthes não morreu num acidente aos 64 anos. Foi assassinado. A história da investigação é uma sátira com personagens verdadeiras". Já não apetece parar de ler, pois não?

Só mais um minuto...

...para lhe falar de dois artistas portugueses.
Do Salvador Sobral, que não tarda nos representará na Eurovisão, mas que já foi cantar à televisão espanhola, subindo ao palco com um rival. O mais incrível é que ele levou uma nova versão da música com que venceu o festival da canção. Ali ao lado, já lhe chamam um "milagre".
E da Joana Vasconcelos, que nos surpreendeu outra vez com o seu terço gigante brasileiro, aquele que já está em Fátima. E diz ela ao PÚBLICO: "A minha obra não é uma coisa pendurada entre duas palmeiras". Ah! E afinal não é um, são dois terços gigantes.
Daqui do PÚBLICO segue um abraço também gigante, desejando-lhe um dia belíssimo. Já sabe: pode contar connosco para lhe tornar o dia mais animado - e sobretudo mais informado
Dia feliz! Até já!

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