sábado, 29 de julho de 2017

SOCIEDADE Pobres têm muito mais obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol

Responsáveis admitem que é preciso apostar em campanhas para promover a alimentação saudável em pessoas com menos escolaridade e economicamente mais vulneráveis.


O novo relatório do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral de Saúde revela "uma profunda desigualdade na distribuição da doença, influenciada pelo gradiente social e a presença maciça do sal e do açúcar na alimentação, em particular nos grupos socioeconomicamente mais vulneráveis".

A conclusão surge no documento e é explicada à TSF pelo diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.

Pedro Graça adianta que pela primeira vez foi possível fazer este tipo de análise recorrendo a uma inquérito que mostra, claramente, que entre os portugueses com menos escolaridade há muito mais casos de obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol.

O responsável adianta que a diferença é enorme especialmente quando se compara quem tem o 1º ciclo do ensino básico com quem chegou à universidade.

Por exemplo, 38,5% dos portugueses que não passaram do 2º ciclo são obesos. Do outro lado, entre quem tem um diploma do ensino superior a obesidade afeta apenas 13,2% das pessoas, numa percentagem que sobe para 17,1% nos portugueses com o 3º ciclo ou ensino secundário.

Nas doenças as diferenças voltam a ser enormes com Pedro Graça a dizer que a escolaridade é um excelente indicador para perceber as condições sociais e económicas dos portugueses.

Entre quem não andou na escola ou ficou pelo 1º ciclo a prevalência da diabetes chega aos 20,1%, descendo para 4% em quem tem o ensino superior.

Na hipertensão arterial a diferença, fazendo a mesma comparação, é de 62,6% para 15,5%; e no colesterol é menor mas continua a ser significativa: 76,4% nos portugueses menos escolarizados para 49,8% nos que têm um diploma universitário.

O diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável admite que perante estes números, que se devem ter agravado com a crise, é preciso apostar em campanhas destinadas a quem tem menos escolaridade e está numa situação social e económica mais vulnerável.

Fonte: TSF

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