São vários os motivos que levam uma pessoa a iniciar uma psicoterapia, afinal, é uma ferramenta que ajudar a enfrentar fases difíceis na vida, é recomendada para tratar problemas de saúde (como depressão, pânico e ansiedade) ou usada para o autoconhecimento. Mas uma das principais dúvidas diz respeito à alta. Só o terapeuta pode concedê-la? Mas e se o paciente não estiver com vontade de continuar, como agir? Para elucidar essas e outras perguntas, veja respostas para questões comuns sobre o tema:
1. Existe um período pré-determinado para o paciente receber a alta?
Não. Isso varia de pessoa para pessoa. Existem mais de 500 tipos de terapias diferentes, entre clássicas, alternativas e modernas. Cada paciente é único e, por isso, é praticamente impossível determinar quanto tempo o tratamento vai demorar. As terapias breves, indicadas para questões pontuais, como luto ou divórcio, costumam envolver um período que vai de três meses a um ano, mas o processo pode demorar mais do que o previsto e ter continuidade .
2. Somente o psicoterapeuta pode dar alta ao paciente?
Em tese, sim. Mas todo paciente tem autonomia para interromper a terapia quando não estiver se sentindo confortável com as sessões, seja qual for o motivo.
3. A alta pode ser dada de uma hora para outra?
O desligamento costuma ser gradual. Afinal, é formado um vínculo entre paciente e terapeuta que não deve ser cortado abruptamente. Tudo depende da linha de trabalho seguida, mas o recomendável é que o profissional sinalize que vai dar alta em dois ou três meses e que, depois desse período, ambos combinem pelo menos uma sessão de retorno, para acompanhamento.
4. Qual é o principal motivo que leva alguém a querer desistir da terapia?
A falta de empatia com o profissional costuma ser a razão número um. As pessoas procuram a terapia ou são encaminhadas para fazer esse tipo de tratamento quando estão atravessando um sofrimento muito grande. Se não se sentem compreendidas, é comum desejarem abandonar o processo.
O problema é que, apesar do livre-arbítrio, a desistência não é aconselhada para portadores de transtornos de comportamento como depressão, ansiedade, esquizofrenia e problemas de humor, por questões que envolvem a saúde e a própria vida dos pacientes.
5. A falta de empatia com o terapeuta não seria uma espécie de “desculpa” para não entrar em contato com determinados problemas?
Em alguns casos, sim, por isso o terapeuta precisa ter a sensibilidade de não forçar o paciente a nada. Indicar outro profissional pode ser uma boa ideia. É preciso levar em conta, ainda, que muita gente tem uma visão fantasiosa das sessões e acha que o profissional é um ser capaz de resolver todas as suas dores e preocupações.
O especialista deve deixar claro desde o início que quem vai descobrir as respostas é o próprio paciente e que ele apenas apresentará as técnicas e ferramentas para isso. Toda e qualquer impressão, negativa ou positiva, deve ser sempre levada ao terapeuta, sem medo de julgamentos – o paciente deve saber que julgar não é o papel do especialista.
6. O incômodo provocado pela abordagem de determinadas questões durante as sessões também pode causar a vontade de parar?
Sim. Para muitos indivíduos, o desejo de interrupção aparece justamente quando ela se torna mais necessária e esclarecedora – quando a pessoa começa a entrar em contato com suas emoções mais profundas e fica perto de descobrir coisas importantes sobre si mesma.
Algumas pessoas também pensam em desistir quando percebem que vêm falando sempre sobre o mesmo assunto durante as sessões. Essa repetição é uma parte fundamental da terapia e deve ser discutida com o terapeuta. Existem, ainda, aqueles que são imediatistas e mostram descontentamento com a demora do processo. Por isso, o profissional, logo na entrevista que antecede o início das sessões, deve explicar muito bem o modo como trabalha e como os objetivos serão alcançados.
7. O terapeuta deve convencer o paciente a manter o tratamento?
Não se trata de convencer, mas de os dois, juntos, avaliarem quais são os prós e os contras de encerrá-lo. Algumas pessoas, mesmo depois de alcançarem seus objetivos com a terapia, optam por dar continuidade às sessões para controlar o estresse, para ter um cotidiano mais leve e equilibrado.
8. É possível “dar um tempo” na terapia?
Sim. Não é raro que alguns pacientes precisem de certo distanciamento do processo psicoterápico e do próprio terapeuta para elaborar e organizar algumas questões internas que vêm lhe incomodando. Pedir um tempo não uma ruptura. O paciente se sente acolhido e tranquilo porque sabe que pode voltar ao consultório assim que se sentir pronto.
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