Secretário-geral das Nações Unidas admite que a função que ocupa é "tão difícil como esperava".
No balanço de um ano de mandato, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirma que está "pronto para o que der e vier"
Em entrevista à agência Lusa, o antigo primeiro-ministro português, que chegou no princípio deste ano ao mais elevado cargo político mundial, garante que está "pronto para o que der e vier" e, quando questionado sobre se ficou surpreendido com a complexidade de ser secretário-geral das Nações Unidas, admite que "a função é obviamente tão difícil como esperava".
Guterres elencou a Gâmbia, onde o Presidente Yahya Jammeh se recusava a abandonar o poder, como uma das crises que conseguiu resolver no primeiro ano de mandato.
"Temos um grande investimento para tentar ver se conseguimos na Líbia uma solução política, é a prioridade das prioridades", disse o secretário-geral da ONU, lembrando que também na República Democrática do Congo foi possível algum progresso.
No entanto, Guterres admitiu que as crises que dominam as primeiras páginas dos jornais internacionais são difíceis de resolver.
"A generalidade das crises revelou-se muito complexas, com muitos actores internos e externos, com muitos interesses, com muitos jogos de interesse, e aí a capacidade de resolução dessas crises tem-se verificado ser muito limitado, seja na Síria, no Iémen, no Sudão do Sul, no Afeganistão, em todos esses sítios é muito difícil ultrapassar os obstáculos que ainda se mantêm", concluiu o líder das Nações Unidas.
Questionado sobre como a comunidade internacional olha para Portugal, Guterres respondeu que o país "está na moda, olha-se para Portugal como um país seguro, o que é de uma enorme importância, muito acolhedor, e com condições muito atractivas para as pessoas se instalarem, quer as gerações mais antigas, quer as mais novas".
Há, acrescentou, "um conjunto de condições que favorecem [esta imagem], como as empresas mais modernas, de nova geração que exploram as tecnologias de ponta".
"Isso é muito positivo na imagem externa do nosso país e espero que tenha consequências positivas em relação ao nosso desenvolvimento", concluiu o antigo Alto-Comissário da agência da ONU para os refugiados (ACNUR).
Fonte: RR
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