Investigação da TVI levanta suspeitas sobre a gestão da presidente da Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, uma instituição de solidariedade social
A reportagem, emitida este sábado, mostra vários documentos que provam que Paula Brito Costa usou dinheiro da associação para gastos pessoais. Metade do valor recebido pela associação sem fins lucrativos advém de subsídios estatais, uma parcela correspondente a 1,5 milhões de euros. A deputada socialista Sónia Fertuzinhos também está envolvida na polémica por ter viajado para a Noruega paga pela Raríssimas. O atual secretário de estado da Saúde, Manuel Delgado, também é referido: foi consultor da associação e recebia um salário mensal de três mil euros.
Paula Brito Costa recebia da associação um salário base mensal de 3 mil euros a que acresciam ainda ajudas de custo, um plano poupança-reforma e despesas de deslocação - no total, mais de 6.500 euros. A reportagem exibe várias faturas, que mostram que a presidente usava recorrentemente o cartão da associação para gastos pessoais. Entre as despesas, um vestido de 228 euros ou 364 euros no supermercado, 230 dos quais relativos a gambas.
A TVI conseguiu os depoimentos de dois ex-tesoureiros da instituição, que se terão demitido motivados pela conduta das associação. Ambos confirmam os gastos. Também uma ex-secretária é entrevistada e fala sobre o ambiente pesado imposto pela presidente, que obrigava os colaboradores a levantarem-se sempre que passava por eles.
Mas Paula Brito Costa não era a única beneficiária dos fundos da associação - ao marido e ao filho também cabia parte desse dinheiro. Nelson Oliveira Costa recebia 1.300 euros de salário base, aos quais se somavam 400 euros de subsídio e 1.500 euros relativos a deslocações em viatura própria. Já o filho, César Costa - ainda estudante - tinha um sálario base mensal de 1.000 euros, ao qual acrescia um subsídio de coordenação de 200 euros. Como Paula Brito Costa dizia aos seus colaboradores, o filho era "o herdeiro da parada" e viria a ser o seu sucessor.
O nome de Sónia Fertuzinhos é levantado devido a uma viagem à Noruega que terá sido paga pela Raríssimas. Note-se que a deputada do PS é casada com Vieira da Silva, atual Ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social.
Quanto ao atual secretário de Estado da Saúde, a reportagem não lhe aponta uma conduta 'abusiva' dos fundos da associação, questionando sim o saláro que lhe é atribuído, considerado aliás muito elevado pelo tesoureiro que trabalhava em 2013 na Raríssimas, ano em que Manuel Delgado iniciou funções. Em dois anos, o cargo de consultor valeu-lhe 63 mil euros.
Fonte: Jornal SOL
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