quinta-feira, 1 de março de 2018

À LUPA | A ADASCA não come o fruto do trabalho alheio

Eram 5 horas da manhã, andava a viatura da ADASCA na rua a distribuir material para as sessões de colheitas de sangue a realizar em Março no Posto Fixo, enquanto, certamente outros que se apresentam como defensores dos dadores de sangue estavam a “fazer meninos”.
É irritante saber como o mundo da dádiva está minado de compadrios, interesses enraizados, cunhas, caras bonitas, vozes angélicas, fazendo crer hipocritamente que são cristalinas ou inocentes, assumindo-se defender uma causa justa, nobre, humanitária.
Os dadores ainda não despertaram para a forma como são conduzidos à ignorância, deixando-se embalar com o canto da cigarra…
Os que conhecem o modelo de trabalho da ADASCA, sabem que não existem meios-termos, aqui procuramos ser consequentes, determinados, e estar sempre na linha da frente na defesa íntegra da dignidade de quem doa sangue no Posto Fixo desta associação.
Não temos por hábito de pela frente dizer uma coisa, e por trás dizer o seu contrário, só temos uma cara e, com a que temos nos apresentamos perante seja quem for.
Caros amigos, se chegar a Julho do ano em curso, o autor desta reflexão completa 12 anos de dedicação total a esta associação, sem que tenha alguma vez sido recompensado pelo seu trabalho.
Com base na informação que nos foi fornecida pelo IPST, a ADASCA é a segunda maior associação de dadores do País. Todos devem sentir-se congratulados com isso. Trabalha-se para assim sermos.
Ontem registamos com agrado uma boa adesão à sessão de colheitas de sangue, reflexo do trabalho desenvolvido por todo o Concelho de Aveiro e limítrofes. Muito falta fazer…
Incomodamos? Sim, é bom sinal. Como referi acima, somos consequentes: O Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra (CSTC), tem nos tratado ao nível de uma sola de sapato, a desconsideração inacreditável.
O Conselho Directivo do IPST tem conhecimento das investidas miseráveis, mas, nada consegue alterar porque os interesses instalados falam bem mais alto. Como na Direcção da IPST já conheci 4 Presidentes daquele Conselho Directivo, nem um conseguiu mudar seja o que for, todos tem saído pela porta estreita.
Por fim, fica uma observação no ar: se não fosse a dedicação de alguns dirigentes associativos na promoção da dádiva junto das suas comunidades, que universo de dadores teria o ISPT?
Digo alguns dirigentes, sim, porque uma boa parte deles nem sequer os dadores os conhecem, passeiam-se por ai, pregando uma mensagem bafienta, interesseira, agradável a certos ouvidos, ansiosos por aparecer num órgão de informação qualquer, mais preocupados com o nó da gravata, do que com os direitos dos dadores.
Como sou consequente, repito o que sempre tenho dito e escrito: Caros colegas dadores, abram os olhos, despertem para a realidade que vos rodeia, pois doar sangue é para o mesmo, para o doente, mas, não é tudo o mesmo. Cuidado.


J. Carlos
Director


Apresentação do Mapa de Sessões de Colheitas de Sangue a realizar no ano de 2018 no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro

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