terça-feira, 17 de abril de 2018

Governo ao centro, take 3 (e os novos apoios à renda)

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 

Bom dia! A noite passada foi calma,
estas foram as principais notícias:

Na Síria, houve um ataque à base aérea em Homs. A televisão estatal síria noticiou que as defesas antiaéreas do país travaram uma “nova agressão”, abatendo mísseis na área de Homs. Com o Pentágono a rejeitar prontamente qualquer envolvimento no ataque, Israel é o suspeito número um do ataque. Ontem houve outra suspeita a avolumar-se: Síria e Rússia impediram o acesso dos investigadoresao local do ataque químico.
Trump e o movimento #MeeToo foram os alvos dos Pullitzer. As reportagens do New York Times  e da revista New Yorker sobre os abusos sexuais cometidos pelo produtor Harvey Weinstein, que desencadeou o movimento #MeToo, venceu o Pulitzer de jornalismo na categoria de serviço público. A lista de vencedores também chegou ao caso Rússia... e ao hip hop, conta a Liliana Borges.
O Presidente americano não vai ver já o que o FBI lhe tirou: um juiz rejeitou o pedido do Presidente para os seus advogados terem prioridade na análise dos documentos que foram tirados ao seu advogado, anota o New York Times
A China deu boas notícias à economia mundial. O crescimento de 6,8% no primeiro trimestre, conhecido esta madrugada, mostra que a guerra comercial com os EUA ainda não teve impacto, explica o Wall Street Journal

O que marca o dia

O Estado vai apoiar pais sozinhos que não consigam pagar renda. Um programa com medidas específicas para famílias monoparentais carenciadas ou idosos vai em breve a Conselho de Ministros, parte da Nova Geração de Políticas de Habitação. Prevê contratação de 8 mil fogos e inclui financiamento para obras ou construção. A Joana Gorjão Henriques conseguiu acesso ao anteprojecto e conta-nos as novidades. O Jornal de Negócios acrescenta um ponto, também esta manhã: o Governo lançou uma consulta às seguradoras para avançar com o seguro de renda.
Centeno não diz "nunca" a um aumento para a função pública. "Nunca me ouviu dizer a palavra nunca e também não vai ser agora", disse Centeno, numa entrevista à TSF (onde também deixa uma sugestão à esquerda: "Não se desiste à primeira dificuldade"). A verdade, acrescenta a Raquel Martins, é que antes da troika os aumentos eram uma constante (e depois dela a função pública perdeu 10% do valor real do salário). O preço de um aumento ao nível da inflação será de 300 milhões de euros, anota o JN
Costa já fechou dois acordos com Rui Rio. Conta a São José Almeida que o primeiro tem como objectivo garantir que Portugal não vai perder fundos europeus(dando hipóteses para a UE ganhar em taxas o que perde com o Reino Unido). A assinatura deve ser amanhã, antes do debate quinzenal no Parlamento.
Costa está a levar o Governo para o centro? Numa semana vieram três sinais, que deixaram a esquerda numa encruzilhada. Hoje, no PÚBLICO, a bloquista Marisa Matias escreve sobre o terceiro, o apoio à intervenção na Síria, deixando um aviso: "O mundo está a ser comandado por loucos. Se aceitarmos fazer-lhes companhia, somos cúmplices". Também hoje, também no PÚBLICO, Santos Silva deixa claro às esquerdas: "Não há outro caminho possível com o PS."
E, de Espanha, Marcelo deixou um recadoequilibrar défice com preocupações sociais é "prova de maturidade democrática”.
Registe ainda que...
Carlos Costa está preocupado com a aplicação dos juros negativos. O supervisor considera que é importante que seja assegurado que as instituições financeiras apliquem de forma harmonizada a lei que o Parlamento está a preparar. E deixa algumas sugestões, diz o Negócios.
O Banco de Portugal acusou a KPMG de falhas no BES (precisamente, ainda o BES). A Cristina Ferreira explica as razões e as coimas previstas.
Centeno admite que as ajudas ao Novo Banco continuemmesmo depois de 2018 (ainda na entrevista à TSF).
E, já agora, este complemento desportivo (pós-clássico)

Ler mais devagar

1.  Três gerações de hemofílicos em campanha contra as hemorragias. Frederico, Nuno e Carlos, têm 17, 45 e 63 anos. Representam três gerações de hemofílicos que se uniram agora numa campanha que assinala o Dia Mundial da Hemofilia, que se assinala nesta terça-feira. A Rita Marques Costa conta-nos como eles mostram, simultaneamente, um mundo de diferença e uma grande semelhança (no modo como a patologia se manifesta e no sorriso que exibem.
2. Quanto mais depressa se corre, mais depressa se aprende. Será que se corrermos mais depressa, aprendemos mais depressa e melhor? Sim, pelo menos se os corredores forem ratinhos. Este é o principal resultado de um estudo de cientistas do Centro Champalimaud, em Lisboa, e publicado esta segunda-feira na revista Nature Neuroscience. A Teresa Serafim abre-nos a porta para um estudo que nos incentiva a um passo mais rápido.
3. “Não precisamos de mais dados, precisamos de ideias melhores”. Licenciado em Astronomia e doutorado em Neurociências pela Universidade de Harvard, Adam Kampff tenta perceber com exactidão que partes do cérebro mais contribuem para vermos o mundo como vemos. Kampff acredita que um dia, vamos ser capazes de controlar totalmente estados emocionais, como por exemplo evitar ter ciúmes. Graça Castanheira entrevistou-o para o P2 (e nós já recebemos um monte de elogios por isso).
4. Cuba é um país ligado à corrente, na sombra dos jardins. Voltamos à Rita Siza, que anda por Cuba nos últimos dias dos Castro: "Quem chegar a Havana a contar com uma viagem no tempo até uma nostálgica época em que os jovens confraternizavam em geladarias e bailes de debutantes ao som de orquestras de mambo, ficará surpreendido por encontrar uma sociedade ligada à corrente, a abanar ao ritmo do reggaeton e de olhos postos no pequeno ecrã dos smartphones". Acontece, diz-nos ela, que "o regime controla vigorosamente os conteúdos na Internet". E então, como acaba esta história Rita?

A agenda de hoje

Emmanuel Macron vai ao Parlamento Europeu, falar sobre a sua ideia de integração. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, visita Washington, para discutir com Trump as negociações com a Coreia do Norte. Também em Washington, o FMI divulga as suas novas estimativas para a economia mundial.
Por cá, enquanto Marcelo prossegue a visita a Espanha, é o Conselho de Finanças Públicas quem faz novas contas - desta feita ao fecho do Orçamento de 2017. E há ainda dois ministros no Parlamento para responder aos deputados, o da Educação e o da Economia. 
Hoje é também Dia Mundial da Hemofilia. E o dia em que vamos o conhecer o primeiro finalista da Taça de Portugal (será que o Caldas...?)
Dia feliz, dia produtivo.
Até amanhã!

No PÚBLICO acreditamos na importância da informação independente. Trabalhamos todos os dias, a todas as horas, para entregar aos nossos leitores a informação diferenciada e a análise de qualidade feita pelos melhores profissionais.

Mas precisamos de si. Assine o PÚBLICO

Nenhum comentário:

Postar um comentário