sábado, 4 de agosto de 2018

Um passadiço a rasgar a ria e vistas de se lhe tirar o chapéu

Fugas
P
 
 
  Sandra Silva Costa  



Tanto pedimos, tanto reclamámos, que ele chegou em força. E agora, claro, pedimos que fique mais manso, que volte para lá de onde veio, que não era preciso ter vindo tão assanhado. Somos assim, está na nossa natureza, na verdade nunca estamos bem com a vida que temos. Pois, está calor, muito calor. E precisamos de nos refrescar. Vai daí, a primeira sugestão que temos para lhe servir é um passeio pelos novíssimos passadiços que rasgam a ria de Aveiro. A Maria José Santana e o Adriano Miranda já lá foram tirar as medidas à coisa, e garantem aqui que a nova via pedonal e ciclável goza de uma paisagem invejável. São cerca de sete quilómetros de extensão, em contacto directo com a fauna e flora da laguna, e que oferecem vistas privilegiadas para um pôr do Sol digno de um postal. Ou para um passeio pela fresca, de manhã, quando o calor ainda não bate demasiado a sério. Pés ao caminho, mas não se esqueça do chapéu.

Por falar nisso, a Linda Melo andou pelo Porto à procura de vistas de se lhe tirar o chapéu e encontrou seis rooftops onde vale a pena aproveitar o Verão. Estão reunidos aqui e há-os para todos os gostos. Ainda no Porto, o Luís Octávio Costa foi dormir à jóia que é o Hotel Infante de Sagres e diz-nos isto: quem o viu, quem o vê.

Agora marchamos para o Algarve, rapidamente e em força. A Rute Barbedo continua às voltas na sua autocaravana e hoje pára em Cachopo para nos dar a conhecer os galos de Vivelinda e outras histórias do interior. Já o José Augusto Moreira aproximou-se do mar e foi comer ao Palm Beach, em Armação de Pêra, um restaurante de praia que não é bem um restaurante de praia. A carta é abrangente e o prazer gastronómico, garante-nos, impõe-se sobre qualquer circunstância. Bom apetite, então!

Ainda no capítulo da mesa, espreite a prosa do Miguel Pires, que foi ao Sublimotion, em Ibiza, perceber se este é mesmo um “restaurante” ou uma excentricidade sensorial para milionários. Eis a resposta.

Deixo para o fim uma sugestão de leitura mais longa: o Luís Octávio Costa andou por Brooklyn e percebeu que Brooklyn é Brooklyn, não é a segunda Manhattan. Tem vida própria, um skyline recém-semeado, uma marginal resplandescente, street art com entranhas e vizinhos que se cumprimentam no alpendre. Vale a pena ler, sem pressas.

Chega de conversas por hoje. Aproveite o Verão, mas com cuidados. Eu volto para a semana, com mais sugestões para lhe refrescar os dias. Até lá, boas viagens e bata-nos à porta sempre que quiser.
 

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