Durante a maior parte dos últimos cem anos, os sociais-democratas (centro-esquerda), atualmente liderados pelo primeiro-ministro Stefan Löfven, têm estado no poder na Suécia. Nestas eleições arriscam ter o pior resultado de sempre, apesar de ainda surgirem nas sondagens à frente, com a última Sifo (5 e 6 de setembro) a dar-lhes 24,4% das intenções de voto.
Se ganhar, Löfven (um antigo soldador e sindicalista de 61 anos) promete gastar mais 70 mil milhões de coroas suecas (7,7 mil milhões de euros) ao longo dos próximos quatro anos no estado social. Após a crise migratória de 2015, foi obrigado a recuar na política de portas abertas aos refugiados e a promessa é manter as restrições introduzidas até que haja uma política migratória europeia, que inclua quotas de asilo.
Os sociais-democratas pretendem repetir a coligação que os mantém atualmente no poder com os Verdes, que conta também com o apoio do Partido da Esquerda (ex-comunistas). Juntos surgem nas sondagens com 40,6% das intenções de voto.
Mas os Verdes (6,2%, nas sondagens), liderados por Isabella Lövin (ministra para a Cooperação e Desenvolvimento Internacional) e Gustav Fridolin (ministro da Educação), são contra as restrições à política de asilo (estiveram prestes a abandonar a coligação em 2015), sendo acusados de ceder em muitos temas centrais ao maior parceiro da coligação.
O Partido da Esquerda (10%), de Jonas Sjöstedt, que apoia o governo nas votações do orçamento, lamentou não ter sido convidado a entrar no governo após as eleições de 2014.ULF KRISTERSSON - PARTIDO MODERADO
O maior partido na Aliança de centro-direita, na oposição, liderou o governo entre 2006 e 2014, quando cortou significativamente nos impostos sobre os rendimentos e liberalizou as regras do mercado de trabalho. O Partido Moderado surge na última sondagem Sifo em terceiro lugar, com 16,9%, mas no total a Aliança tem 39,2% de intenções de voto.
O líder e candidato é Ulf Kristersson, de 54 anos, que foi ministro da Segurança Social entre 2010 e 2014. Quer cortar mais 50 mil milhões de coroas (4,8 mil milhões de euros) nos impostos sobre os rendimentos (aumentando contudo o IVA nos restaurantes) e aumentar os gastos nos próximos quatro anos em 37 mil milhões de coroas (3,5 mil milhões de euros).
A nível da questão da imigração, os moderados querem manter as atuais restrições, defendendo ainda que seja dificultado o processo para adquirir a cidadania sueca.
A Aliança inclui ainda o Partido do Centro, antigo partido dos agricultores que se modernizou para apelar aos eleitores urbanos, que é liderado por Annie Lööf e surge com 10% de intenções de voto nas sondagens; os Liberais, de Jan Björklund, que têm 6%; e os Democratas Cristãos, de Ebba Busch Thor, com 6,3%.
Centro e Liberais defendem uma política de imigração mais liberal do que o seu parceiro maioritário na Aliança, em especial no que diz respeito à reunião familiar entre pais e filhos migrantes, e querem uma política de asilo europeia.
JIMMIE ÅKESSON - DEMOCRATAS SUECOS
O partido de extrema-direita nacionalista está a caminho do seu melhor resultado de sempre desde a fundação, em 1988, tendo chegado a haver sondagens que o colocavam em primeiro. Na última, o partido liderado por Jimmie Åkesson, de 39 anos, surge em segundo, com 17% das intenções de voto.
A campanha dos Democratas Suecos, que se estrearam no Parlamento em 2010 e têm vindo a crescer deixando para trás as raízes neonazis, é centrada numa plataforma anti-imigração. Para Åkesson, as restrições atuais não são suficientes e é preciso ir mais longe, defendendo que a Suécia só receba requerentes de asilo dos países vizinhos e que seja dificultado o processo para a obtenção da cidadania (mediante um teste cultural e domínio do sueco).
A nível europeu, o partido com o qual nenhum dos outros partidos diz querer negociar ou governar, quer ainda um referendo à permanência da Suécia na União Europeia, ameaçando com um Swexit (Sweden + exit).
A nível económico, a aposta é reduzir os impostos sobre o rendimento em 25 mil milhões de coroas suecas (2,4 mil milhões de euros) e aumentar ao longo de quatro anos os gastos no serviço de saúde e no cuidado aos idosos.
Fonte: DN
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