É
já no próximo domingo, 16 de setembro, que se realiza o espetáculo
multimédia “Tocando Portugal”
que será interpretado pelo
Rumos Ensemble.
Promovido pela Associação António Fragoso com o apoio do Município
de Cantanhede, o evento tem o início marcado para as 18h00, no
Auditório do Centro
Social e Paroquial de S. Pedro, em Cantanhede.
A Associação António Fragoso tem vindo a
concretizar desde 21 de outubro de 2017 um amplo programa que visa
assinalar de forma elevada e bem diversificada as “Comemorações
dos Cem Anos da Morte de António Fragoso”
e será neste âmbito que o Rumos
Ensemble apresentará em
Cantanhede este magnífico espetáculo.
O
trio é
constituído por João Vasco (piano
e realização), Anne
Victorino d'Almeida (violino e arranjos) e
Luís Gomes (clarinete e clarinete
baixo), jovens músicos portugueses
com assinalável palmarés que traduzem a excelência e qualidade
musical com que se apresentam.
Inovador
e ambicioso, este projeto reúne uma seleção de música tradicional
de dez regiões portuguesas, com arranjos para o trio de violino,
clarinete e piano. O espetáculo é acompanhado pela projeção de
filmes inéditos das várias regiões, evocando a beleza, riqueza
natural e arquitetónica do nosso país, e depoimentos de
personalidades naturais de cada uma dessas províncias, com especial
destaque para António Victorino d’Almeida, Graça Morais, Janita
Salomé, Carlos Alberto Moniz, Rosa Mota ou Lídia Jorge, entre
muitos outros notáveis.
A
singularidade deste recital emerge não só da interdisciplinaridade
e transversalidade artística e estilística que alicerçam a sua
génese, como da vontade de três músicos eruditos com carreiras
internacionais assinaladas nos quatro continentes, de olhar para o
património musical tradicional português com uma energia
renovadora, contemporânea, porém acessível a todos os tipos de
público, do mais erudito ao mais popular.
Para
além da variedade e carácter eclético dos arranjos, da pertinência
da recolha musical, do rigor, precisão técnica e artística dos
intérpretes desta formação, a dimensão multimédia de “Tocando
Portugal” desvenda, de forma sintética e apelativa, paisagens,
cidades, bairros, monumentos, danças, costumes e pessoas,
potenciando e reforçando a memória e a identidade coletiva do nosso
povo, cuja história se confunde com a história das suas ruas,
bairros, monumentos e cidades.
Sob
a égide do seu próprio nome, Rumos
Ensemble levará Portugal ao
Mundo, apresentando espetáculos para além de Portugal, em países
como Brasil, Alemanha, França, Suíça, Namíbia, África do
Sul, Estados Unidos, Cuba, Tunísia, Cabo Verde e
China.
RUMOS
ENSEMBLE
João
Vasco - piano e realização
Professor
de piano na Escola de Música do Conservatório Nacional, divide-se
entre os palcos, o ensino, a fotografia e o vídeo. Atuou em
vários países na Europa, América do Norte e do Sul, África e
Ásia, e nas salas e teatros mais importantes em Portugal. Para além
de outros projetos camerísticos que tem apresentado em vários
países é autor e intérprete do CD “Alémfado”,
uma compilação de fados arranjados para piano
solo por ilustres compositores portugueses do universo do Jazz e
da música contemporânea. É diplomado pelo Conservatório Nacional
de Lisboa (prof. António Toscano), licenciado pela ESML (prof.
Miguel Henriques) e Mestre em Artes Musicais pela Universidade Nova
de Lisboa. Como designer gráfico, fotógrafo e videasta colabora
regularmente com instituições culturais e músicos portugueses.
Desde
2010 coordena o departamento de imagem da EMCN. Em 2014 realizou a
curta metragem “A Carruagem”, cuja autoria partilha com Anne
Victorino d’Almeida, laureada no 9.º Concurso do Inatel,
apresentada no “Shortfilm Corner” em Cannes e vencedora do “Grand
Prix Cinerail” em Paris. Em 2017 realizou a curta metragem
documental “O Entalhador ou A Oficina Mais Bela do Mundo”
selecionado para festivais de cinema na América e Europa e visionado
em países de quatro continentes, tendo ganho o prémio do público
na 18ª edição do “Lucania Film Festival” no sul de Itália.
Anne
Victorino d'Almeida - violino e arranjos
Licenciada
em violino pela Academia Nacional Superior de Orquestra na classe da
professora Agnès Sarosi, Anne Victorino d’Almeida nasceu em França
em 1978. Filha mais nova do pianista e compositor António Victorino
d’Almeida, divide a sua carreira musical entre o ensino, a
interpretação e a composição. Professora de violino na Escola de
Música do Conservatório Nacional desde 2004, é regularmente
convidada para orientar master-classes, destacando-se Maputo em 2011
e 2012 e Curitiba em 2013.
Como
violinista, tem mantido uma carreira muito intensa, tendo sido membro
fundador do Quarteto Lopes-Graça entre 2004 e 2013 (vencedor de
prémio autores RTP/2010), para além de tocar com muita regularidade
nas diversas orquestras portuguesas. Na área da composição, foi
premiada em 1997 com o prémio “Melhor Proposta Musical do Teatro
na Década 97”. A sua obra é diversificada, abrangendo obras
corais, de câmara, sinfónicas e bandas
sonoras. Atualmente, é membro
fundador do Quarteto Camões e do “Rumos Ensemble".
Luís
Gomes - clarinete e clarinete baixo
Iniciou
os seus estudos no Conservatório Nacional, sendo diplomado pela
Escola Superior de Música de Lisboa (licenciatura), pelo
Conservatório Superior de Roterdão (U.M.), e Mestrado em Psicologia
e Pedagogia da Música na F.C.S.H. da Universidade Nova de Lisboa.
Enquanto
estudante, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Trabalhou com clarinetistas mundiais como: Guy Deplus, Michel Arrignon, Philipe Cuper, Walter Boykens, David Campbel, Josef Horák, Lorenzo Coppola e Henri Bok.
Obteve os seguintes prémios: 1º Prémio do Concurso da Juventude Musical Portuguesa. Solista e 1º Prémio – Música de Câmara, 1º Prémio de Música de Câmara do Prémio Jovens Músicos, 1º Prémio no Concurso «Cultura e Desenvolvimento», 2º Prémio do concurso televisivo «Ouvir e falar», 2º Prémio do Concurso «Cultura e Desenvolvimento» Música de Câmara, 3º Prémio Solista do Concurso Nacional de Clarinete de Setúbal e Prémio Melhor Interpretação da Obra Portuguesa.
Foi júri dos Concursos Nacionais da J.M.P, do Prémio Jovens Músicos, do Concurso Internacional de Clarinete Júlian Menendez (Ávila, Espanha), do 2º Concurso Internacional de Clarinete Baixo (Espanha) e do Concurso Internacional de Clarinete «Saverio M;ercadante» (Itália). Foi solista das seguintes orquestras: Orquestra Mundial das Juventudes Musicais, Orquestra de Jovens do Mediterrâneo, Nova Filarmonia Portuguesa, Sinfónica Juvenil, Orquestra Portuguesa da Juventude.
Trabalhou com clarinetistas mundiais como: Guy Deplus, Michel Arrignon, Philipe Cuper, Walter Boykens, David Campbel, Josef Horák, Lorenzo Coppola e Henri Bok.
Obteve os seguintes prémios: 1º Prémio do Concurso da Juventude Musical Portuguesa. Solista e 1º Prémio – Música de Câmara, 1º Prémio de Música de Câmara do Prémio Jovens Músicos, 1º Prémio no Concurso «Cultura e Desenvolvimento», 2º Prémio do concurso televisivo «Ouvir e falar», 2º Prémio do Concurso «Cultura e Desenvolvimento» Música de Câmara, 3º Prémio Solista do Concurso Nacional de Clarinete de Setúbal e Prémio Melhor Interpretação da Obra Portuguesa.
Foi júri dos Concursos Nacionais da J.M.P, do Prémio Jovens Músicos, do Concurso Internacional de Clarinete Júlian Menendez (Ávila, Espanha), do 2º Concurso Internacional de Clarinete Baixo (Espanha) e do Concurso Internacional de Clarinete «Saverio M;ercadante» (Itália). Foi solista das seguintes orquestras: Orquestra Mundial das Juventudes Musicais, Orquestra de Jovens do Mediterrâneo, Nova Filarmonia Portuguesa, Sinfónica Juvenil, Orquestra Portuguesa da Juventude.
Tocou
a solo com a Orchestrutópica, a Orquestra de Câmara de Cascais e
Oeiras, o Grupo de Música contemporânea de Lisboa e a Banda
Sinfónica da PSP. Colaborou regularmente com a Orquestra da Fundação
Calouste Gulbenkian entre 1989 e 2015, e colaborou ainda com as
orquestras Sinfónica Portuguesa, Orchestrutopica, Sinfonietta de
Lisboa e Metropolitana de Lisboa. É membro fundador do Trio de
Clarinetes de Lisboa (atual Quarteto de Clarinetes de Lisboa), do
Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, do Rumos Ensemble e da
direção da CULTIVARTE Associação.
António
Fragoso – O Homem e o seu Tempo
Filho
de Viriato de Sá Fragoso e de Maria Isabel de Sá Lima Fragoso,
António Fragoso nasceu em 17 de junho de 1897, na freguesia da
Pocariça, concelho de Cantanhede, onde viria a falecer, a 13 de
outubro de 1918, vitimado pela gripe pneumónica que nessa época se
debateu sobre toda a Europa.
A
sua vocação para a música foi evidenciada aos seis anos, quando
começou a aprender a ler pautas e a tocar piano com António dos
Santos Tovim, seu tio e médico em Cantanhede, figura com vasta
cultura musical que teve uma influência marcante nesses primeiros
anos da sua formação musical. Entre 1907 e 1914 concluiu na cidade
do Porto o curso geral dos liceus e os dois primeiros anos do Curso
Superior de Comércio, sem nunca ter deixado de aprofundar os seus
estudos de piano, agora sob a orientação do Professor Ernesto Maia.
Aos 16 anos publicou e deu a primeira audição da sua primeira
composição – Toadas
da Minha Aldeia – muito
aplaudida pela crítica musical. Algumas notas bibliográficas
referem que teve que vencer uma certa resistência dos pais para se
matricular no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, que viria
a frequentar até 1918, ano em que obteve o diploma do Curso Superior
de Piano com 20 valores, a classificação máxima.
Ainda
como estudante iniciou um percurso artístico amplamente reconhecido
nos círculos culturais do País, não apenas como exímio pianista,
mas também como compositor, ao ponto de ser considerado pelos
críticos da época como “um
dos mais poderosos talentos da sua geração”.
João de Freitas Branco refere mesmo que entre as suas peças “se
encontram páginas surpreendentes num compositor com menos de 21
anos”.
Geralmente
os musicólogos destacam do conjunto da sua obra os Prelúdios
e a Petite Suite para piano os
lieder
para
canto, as partituras de música de câmara e os Nocturnos, sendo o
Nocturno
em Ré bemol Maior considerada
a sua peça mais emblemática do seu imenso talento como compositor.
Em
2009, os herdeiros de António Fragoso constituíram a Associação
António Fragoso (AFF) que tem por principal objetivo deixar para as
gerações vindouras todo o seu legado, musical e literário,
ministrar o ensino musical por todos os meios ao seu alcance e
comemorar dignamente o Centenário da sua Morte, cuja programação
decorre atualmente.
________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário