| Política
Pedro Santana Lopes, ex-líder do PSD e presidente da comissão instaladora do partido Aliança, considera que se algum deputado tivesse declarado uma falsa presença "isso seria gravíssimo", frisando, todavia, estar a referir-se a uma "posição de princípio".
“A mim não me passa pela cabeça, já exerci muitas funções públicas e privadas, que alguém seja renumerado, ou diga que esteve presente num sítio onde não esteve, ainda para mais quando está a representar, o que é algo de sagrado, os seus concidadãos”, afirmou o ex-primeiro-ministro quando questionado sobre o caso José Silvano, no final de uma audiência com o Presidente da República.
Para o presidente da comissão instaladora do partido Aliança, ”se isso fosse verdade seria gravíssimo”.
”Não sei se é, ou se não. Não me quero referir ao caso concreto. Estou a referir a posição de princípio”, acrescentou.
Santana Lopes foi quinta-feira ao Palácio de Belém apresentar a Marcelo Rebelo de Sousa o novo partido Aliança.
O ex-líder do PSD começou por afirmar que não queria falar do caso concreto do atual secretário-geral social-democrata, mas que “a Aliança censura qualquer forma de comportamento indevido, nomeadamente ao nível do Estado, que se traduza na violação dos deveres de honestidade, de seriedade”.
No entanto, Pedro Santana Lopes mencionou que “o próprio senhor deputado nega que tenha feito algo de indevido, que alguém o terá feito por ele”.
“Não sei, caberá às entidades competentes averiguar mais uma vez, coitadas, não param, têm muito trabalho. Estarão a investigar”, acrescentou.
Silvano quer que PGR investigue
Cinco dias depois de estalar a polémica, o deputado e secretário-geral do PSD, José Silvano fez na quinta-feira a primeira declaração pública sobre as falsas presenças em reuniões plenárias do Parlamento, mas sem responder a perguntas dos jornalistas.
José Silvano afirmou que não pediu a ninguém que registasse a sua presença em plenário quando faltou e frisou que quer que a Procuradoria-Geral da República investigue o caso.
“Não registei a minha presença, não mandei ninguém registar a minha presença, não auferi de qualquer vantagem”, afirmou o deputado.
José Silvano frisou que ao “longo dos 30 anos de vida pública, nunca lhe tinha sido apontada qualquer irregularidade até ter aceite ser secretário-geral do PSD de Rui Rio”.
Em relação à investigação por parte da PGR, o deputado afirma que: “Caso a notícia em causa não seja verdade, notícia que diz que a PGR está a investigar. Sou eu próprio que reclamo publicamente que a PGR abra efetivamente um processo de investigações. No sentido de rapidamente dar início a uma real investigação, se em tal processo todo este episódio não ficar devidamente esclarecido”.
“Quem não deve, não teme, ou melhor, nos tempos de hoje deve ser dito que não deve temer. Sou um homem honrado”, frisou.
No entanto, José Silvano não esclareceu como é que a sua presença Na declaração sem respostas, José Silvano leu um texto, que também não foi distribuído aos jornalistas.foi registada em plenário nos dias em que esteve ausente.
“Quero afirmar que não pedi a ninguém que registasse a minha presença no plenário da Assembleia da República, tal como estou convencido que nenhum deputado o terá feito, mesmo quando no exercício de cargos executivos de direção partidária ao longo dos anos”, realçou.
O deputado e secretário-geral do PSD defende que é o “primeiro interessado em que todo o processo seja devida e rapidamente esclarecido”.
"Não considero justo, como acontece na maioria das circunstâncias, deixar permanecer situações pendentes no tempo", afirmou, considerando que, na prática, tal configura "uma condenação pública por inação".
José Silvano quis justificar o facto de só ter tomado a posição pública cinco dias depois da divulgação da notícia do Expresso.
"Nunca imaginei que este episódio pudesse chegar ao patamar mediático a que chegou, atingindo de forma voluntária ou involuntária a minha dignidade, não querendo expor publicamente os meus colegas deputados", sustentou.
c/ Lusa
RTPNOTICIAS
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