Enquanto dormia...
... Jair Bolsonaro assumiu oficialmente o cargo de presidente do Brasil numa tomada de posse recheada de episódios. E agora? O Nuno Vinha olhou para as entrelinhas dos discursos de um Bolsonaro igual a si próprio que piscou o olho aos congressistas essenciais para as reformas, atacou o PT de Lula e prometeu sangue, se for preciso.
- A cerimónia de 'investidura' teve como grande destaque Michelle Bolsonaro: nunca antes uma primeira-dama tinha discursado na tomada de posse do marido (antes dele e em língua gestual).
- Bolsonaro fez o percurso de posse num descapotável, mas seguro por 12 mil polícias e mísseis anti-aéreos a postos.
- E claro que o evento inspirou os mais divertidos memes que se espalharam pelas redes sociais.
- Marcelo falará hoje com o novo presidente brasileiro sobre as comunidades nos dois países, a CPLP e a UE/Mercosul.
- De Trump (que apesar de não ter estado presente enviou uma mensagem de apoio a cimentar a aliança entre ambos), Bolsonaro apreendeu 4 grandes lições, da importância de se rodear de familiares fiéis à escolha dos inimigos (e dos amigos).
- Por isso, dos 22 ministros, que era suposto serem apenas 15, há propostas e polémicas para todos os gostos, mas a maioria segue claramente a linha do presidente.
Um acidente de comboio numa ponte da Dinamarca esta manhã causou várias mortes. Ainda são desconhecidas as causas e o número concreto de vítimas.
O Vaticano encobriu casos de pedofilia envolvendo o fundador dos Legionários de Cristo durante 63 anos. A confissão foi feita pelo cardeal espanhol João Braz de Aviz.
Outra informação relevante
Na tradicional mensagem de Ano Novo, Marcelo Rebelo de Sousa faz uma espécie de revista do ano para evitar que alguns erros se repitam em 2019. Pediu exigência aos eleitores (a quem solicitou que "votem") e quer políticos mais confiáveis, que dêem "mais credibilidade e transparência às instituições públicas".
Os partidos reagiram à mensagem presidencial com elogios, críticas à UE e garantias de credibilidade. Em concreto, PS e CDS afirmaram partilhar as preocupações de Marcelo, o Bloco criticou o encorajamento à "integração europeia" e o PCP sublinhou necessidade de "melhores salários". Já o PSD deixou apenas para hoje a sua análise.
Mais uma nota sobre Marcelo, esta ainda sobre o veto ao diploma do governo sobre a contagem do tempo de serviço dos professores: o Presidente fez questão de esclarecer que teve em conta apenas "a questão formal" da aplicação da Lei do Orçamento do Estado.
O número de mortos nas estradas voltou a aumentar pelo segundo ano consecutivo. Houve 512 vítimas mortais em 2018, bem acima de todas as metas previstas. Mas as medidas anunciadas há quase um ano, da redução da velocidade nas localidades, às inspeções obrigatórias para motociclos e ao controlo do uso de telemóveis ao volante, ainda não sairam do papel, avança o JN.
Os números são da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros, mas não deixam de ser significativos sobre a greve cirúrgica que esteve em curso e que vai ter segunda temporada: foram adiadas mais de 10 mil cirurgias.
O Hospital Militar está em risco devido a dívidas do Sistema de Saúde Militar. Segundo o CM, só no caso do Hospital das Forças Armadas há mais de 17 milhões de euros de pagamentos em falta. Um estudo propõe um novo modelo de financiamento.
Em Espanha, o pessimismo aumentou de 41,7% para 44,7% nos primeiros seis meses do socialista Pedro Sánchez no poder. Segundo uma sondagem do El Español, o PSOE continua a liderar as intenções de voto, mas a direita consegue 50%, com o apoio dos extremistas do Vox.
Os EUA e Israel efectivaram a saída da UNESCO, alegando o suposto sentimento anti-Israel da organização. Os dois países discutiram também a retirada de tropas norte-americanas da Síria.
Na Alemanha, os intersexuais já podem identificar-se como pessoas do 3.º género a partir de ontem.
Na Rússia, um bebé de 11 meses sobreviveu 24 horas com temperaturas de menos 20º sob os escombros do prédio que ruiuem Magnitogorsk, na região dos Urais.
Em Inglaterra, o esfaqueamento de três pessoas em Manchester na noite de Ano Novo está a ser investigado como um possível acto de terrorismo.
No Japão, a intenção do jovem que avançou com um carro sobre uma multidão em Tóquio, mal passava da meia-noite de dia 1, fazendo nove feridos, era mesmo "matar".
No desporto, destaque para a jornada da Liga inglesa e para dois nomes. Eriksen, que marcou o regresso às vitórias do Tottenham (3-0) — porque o melhor do mundo entre os não melhores fez história no primeiro dia do ano —, e também Ricardo — o português que continua a frustrar outros portugueses.
Na reabertura do mercado de transferências, o Benfica segurou um primeiro reforço que já tinha em casa: Salvio renovou até 2022.
E agora que entrámos em 2019, convém ter em mente algumas coisas que vão mudar este ano (umas para melhor, outras nem tanto). Fica a selecção de alguns artigos do Observador que lhe poderão servir como guia:
- Para todos começarmos a fazer contas: 13 coisas que vão mexer com a nossa carteira, algumas nada agradáveis.
- Para quem é pago em recibos verdes: eis o que muda no novo regime para os trabalhadores independentes.
- Para quem recebe o salário mínimo: mais de 750 mil trabalhadores serão aumentados para 600 euros.
- Para quem visita Lisboa: a taxa turística duplica e cada dormida vai custar dois euros.
- Para todos os que assistimos a espectáculos culturais: o IVA dos bilhetes baixou, mas nem todos ficam mais baratos.
- Para todos entendermos o que nos espera economicamente: estes são os 10 temas que vão mexer a economia em 2019.
- E, por último, para os especialistas em energia: os negócios que podem redesenhar o sector em Portugal.
Os nossos Especiais
Neste ano de 2019 em que se comemoram os 150 anos do seu nascimento há uma nova biografia de Calouste Gulbenkian. O André Almeida Santos entrevistou o autor, Jonathan Conlin, sobre a vida, os negócios e os mistérios desta figura histórica: “Gulbenkian deixou o negócio da família ir à falência. Ele era muito rico, mas não salvou ninguém”.
Publicámos também um excerto da nova biografia do "homem mais rico do mundo" sobre os anos de Gulbenkian em Portugal, do “paraíso” à detenção pela PIDE.
A nossa opinião
- Tiago Dores escreve "PCP, BE e Trump: separados à nascença": "Vai ser engraçado ver PCP e BE passarem o ano a fazerem o número do partido que quer voltar a conquistar o seu eleitorado depois de se ter enrolado com outros partidos que os seus eleitores odeiam".
- André Abrantes Amaral escreve: "Ano novo, pasmaceira velha": "Para compreendermos a política nacional temos de analisar como é a governação de há séculos a esta parte: se o mundo estiver bem não há motivos de preocupação e quando está mal não há nada a fazer".
- Maria João Marques escreve "Pode-se dizer alguma coisa em 2019?": "Sobretudo ler bons livros, História e ficção. Podem não ter nada a ver com problemas concretos, mas são como a matemática: dão alicerces intelectuais sem os quais mais vale fechar a conta do Facebook".
- Nuno Crato escreve "A influência autoritária do positivismo no Brasil": "Alguma tradição antidemocrática brasileira tem origens republicanas numa teoria filosófica de pretensões progressistas: o positivismo de Auguste Comte. Uma história que vale a pena conhecer".
- Laurinda Alves escreve "O primeiro dia no jardim de Sophia": "Tudo em Sophia era único e irrepetível. Faziam-lhe perguntas, mas para tudo tinha resposta de maravilha. Tanto podia usar palavras simples e luminosas, como ser completamente abstrata e indecifrável".
- Manuel Villaverde Cabral escreve "Regresso ao Brasil": "É altamente improvável que Bolsonaro consiga governar de forma minimamente consequente com os eternos problemas do sistema político-partidário brasileiro e com a profunda crise sócio-económica do país".
Notícias surpreendentes
Veio do mais longínquo local do espaço alguma vez explorado a primeira grande notícia astronómica do ano. A sonda da NASA New Horizons já enviou sinais e imagens para terra depois de sobrevoar o objeto mais distante de sempre: o 'Ultima Thule', um vestígio congelado da formação do sistema solar, que está a 6,4 bilhões de quilómetros da Terra.
Vale ainda a pena recordar como Mayweather ganhou 77 milhões em... 138 segundos no combate em que o americano deixou uma garantia: "Retirei-me e não penso voltar".
Deixo-lhe para o fim duas entrevistas para ler quando quiser, porque são intemporais. A do chef José Avillez, que fala dos vários anos de psicanálise, da relação com os filhos e da infância conturbada; e a do psicanalista António Coimbra Matos, sobre a nostalgia do Natal e a euforia da passagem de ano, mas também (e sobretudo) do amor e da vida.
E estas são as fotos de 2018 para recordar: as dos fotojornalistas do Observador e as vencedoras dos melhores concursos do mundo.
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Boa quarta-feira e um bom 2019
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