quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Bolsonaro quer um Brasil sem “viés ideológico”, com primazia da família, da religião e onde o cidadão deve “ter meios de se defender”

Jair Bolsonaro e António Martins Mourão proferiram as palavras previstas na constituição brasileira e são oficialmente os líderes do país até 31 de Dezembro de 2022.
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Primeiro foi a vez de Jair Bolsonaro. Solene, proferiu as palavras previstas para a cerimónia de posse e que representam o compromisso constitucional do presidente eleito. Assim o fez e assim foi empossado.
Seguiu-se o general Hamilton Mourão, o  agora vice-presidente do Brasil,  que num tom bem mais acentuado - quase se pode dizer que usou voz de comando ao proferir as mesmas palavras - repetiu o compromisso constitucional. "Prometo manter e cumprir a constituição, observar as leis e promover o bem geral do povo brasileiro", afirmaram ambos - "pela união, integridade e independência do Brasil".
No discurso de posse, o novo presidente brasileiro reafirmou as principais ideias que defendeu durante a campanha eleitoral e que lhe deram a vitória nas urnas, não sem antes sublinhar que regressa ao local onde esteve nos últimos 28 anos - o Congresso - e de agradecer a Deus estar vivo. "Começo por agradecer a Deus por estar vivo, pelas mãos de profissionais" que "operaram um verdadeiro milagre", afirmou.
"Com humildade, volto a esta casa, onde por 28 anos me empenhei em servir a nação brasileira", proferiu Jair Bolsonaro, que considerou ter "travado muito embates" e ter "acumulado experiências e aprendizagens que me deram a oportunidade de crescer e amadurecer".  "Volto a esta casa, não mais como deputado, mas como Presidente da República Federativa do Brasil, mandato a mim confiado pela vontade soberana do povo brasileiro", declarou.
"Hoje aqui estou, fortalecido, emocionado e profundamente agradecido a Deus, pela minha vida, e aos brasileiros, que confiaram a mim a honrosa missão de governar o Brasil, neste período de grandes desafios e ao mesmo tempo de enorme esperança, governado com vocês", acrescentou.
Foi um discurso onde se ouviu várias vezes a palavra ideologia, assumida por Bolsonaro como algo que quer deixar para trás  -  numa alusão clara à ideologia do PT, partido que que foi o seu principal adversário nas eleições presidenciais -  e onde foi claro o foco na primazia da família, da moral e da religião. No fundo, duas linhas de força da campanha hoje reafirmados sem surpresa. A segurança, tema crucial na sociedade brasileira atual, esteve também em destaque, bem como a economia onde garantiu reformas e abertura ao mercado internacional.
"Convoco cada um dos congressistas na missão de reestruturar e recuperar a nossa pátria", começou por afirmar Bolsonaro, afirmando que têm pela frente "uma oportunidade única de recuperar o nosso país". "Enfrentaremos enormes desafios, mas se tivermos a sabedoria de ouvir a voz do povo alcançaremos o êxito".
O presidente empossado prometeu liderar "pelo exemplo e pelo trabalho", respeitar todas as religiões e seguir a "tradição judaico-cristã" do país e "uma sociedade sem discriminação".  "Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e a nossa tradição judaico-cristã, combater a ideologia de género, conservando os nossos valores. O Brasil voltará a ser um país livre das amarras ideológicas", defendeu.
Um dos momentos mais aplaudidos do discurso foi quando falou do tema da segurança e invocou as palavras de ordem da bandeira do Brasil - ordem e progresso - para defender o direito à defesa pessoal. "O cidadão de bem merece meios para se defender", afirmou.
O novo presidente dedicou ainda uma parte do discurso ao tema da educação tendo reafirmado o empenho em “construir uma sociedade sem discriminação ou divisão. Daqui em diante nos pautaremos pela vontade soberana daqueles brasileiros que querem boas escolas para educar seus filhos, por forma a que tenham bons empregos, e não uma educação virada para a militância política”.
Na economia, o novo presidente prometeu reformas em nome da sustentabilidade financeira e que considerou essenciais para relançar o crescimento económico e abrir o mercado interno brasileiro ao comércio internacional "sem o viés ideológico".
"Precisamos de criar um ciclo virtuoso para a economia, que traga a confiança necessária para permitir abrir o nosso mercado ao comércio internacional, estimulando a competição, a produtividade e a eficácia sem o viés ideológico", disse o novo chefe de Estado brasileiro.
Bolsonaro prometeu ainda trazer "a marca da confiança, do interesse nacional, do livre mercado e da eficiência" à economia brasileira, acrescentando que haverá "confiança no cumprimento da regra de que o Governo não gastará mais do que arrecada e na garantia de que as regras, os contratos e as propriedades serão respeitadas".
Bolsonaro afirmou ainda "pretender partilhar o poder de forma progressiva, responsável e consciente". "Uma das minhas prioridades é proteger e revigorar a democracia brasileira", apontou.
"Hoje começamos um trabalho árduo, para que o Brasil inicie um novo capítulo da sua história, no qual será visto como um país forte, pujante, confiante e ousado. A política externa retomará o seu papel na defesa da soberania, na construção da grandeza e no fomento ao desenvolvimento do Brasil", defendeu.
O presidente agora empossado terminou o discurso com o slogan da campanha que o levou ao Palácio do Planalto: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Lusa / MadreMedia

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