quinta-feira, 28 de março de 2019

Opinião | Ontem comemorou-se o Dia Nacional do Dador de Sangue e depois...




Caros amigos,

Ontem, alguns órgãos de informação decidiram e bem, dar voz à comemoração do Dia Nacional do Dador de Sangue, que na minha opinião tem vindo a perder o seu real significado, sim, o mesmo que motivou a sua oficialização num longínquo Conselho de Ministros.
Surgiram mensagens para todos os gostos. Vozes angélicas fizeram-se ouvir entre as 4 paredes, como sempre, os mesmos a falar para os mesmos, com uns apertos de mãos à mistura, o lanche melhorado não podia faltar, enquanto os dadores se contentaram com umas pobres sandes, umas bolachas de marca espanhola, uns sumitos, e até à próxima, porque necessitamos de si, você é extraordinário...
A ADASCA apostou pela diferença, optou por ficar junto dos dadores, sua principal razão de ser e de existir, fez questão de oferecer um bombom a cada candidato à dádiva como ainda aos que já o são.
Um gesto simples, mas, que se traduz num honrado significado: Bem vindos até ao nosso meio, e que a partir de hoje possam pertencer a esta grande família solidária.
É do nosso conhecimento que os dadores não estão habituados a estas generosas ofertas, eles próprios fazem questão de o dizer. O mundo da dádiva de sangue está inquinado, foi invadido por uns seres esquisitos, cuja ânsia é a promoção pessoal, alimentando uma imagem distorcida, qual moeda com duas faces.
Tenho alguma dificuldade em aceitar que à falta de sangue seja de que grupo for, ou de dadores. Notamos isso sim, é o desaproveitamento de dadores de sangue, e a não realização de mais sessões de colheitas. Isso acontece com a ADASCA ter de mendigar para fazer mais brigadas. Mais, muitas das vezes nem resposta obtém do CST de Coimbra.
Portanto, algo não dá certo. Ou visa-se apenas ocupar espaço na imprensa? Também não percebemos, porquê de tanta gente falar em nome do IPST! Não existe um presidente para o fazer? É esquisito.
O que acabei de escrever não é para amedrontar os dadores incautos, os menos informados, como alguém escreveu numa famosa carta aberta que na semana já se fica a saber o seu desfecho final no local certo.
É lamentável que se tenha chegado a este ponto. Não vislumbramos mudanças, pelo contrário, ficamos com a percepção que estamos a entrar num terreno onde vale tudo, onde não existe ordem, numa anarquia, num salve-se quem puder.
Estamos mal, e por esse caminho a ADASCA não vai, pelo menos enquanto eu por cá estiver. Somos duma só face.


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