sexta-feira, 31 de maio de 2019

Opinião | CHINA — A fragilidade dos “gigantes” modernos

Huawei sob suspeita de espionagem a favor da China, perseguição religiosa e confinamento em campos de re-educação

Marcos Machado

Notícias de 20 de maio sobre as sanções do presidente Trump à empresas chinesas — concretamente ao grupo Huawei e as consequencias nas bolsas e nas empresas norte americanas fornecedores de chips e outros componentes à firma chinesa — mostram o quanto a economia moderna tem suas grandes fragilidades. São “gigantes” mas se abalam com uma simples penada. Mas a mídia não quer informar…
Segundo noticia da AFP publicadas por UOL (20-5-19), o “grupo Huawei está há algum tempo na mira das autoridades americanas, sob suspeita de espionagem a favor de Pequim”.
No Canadá corre o processo de extradição da CEO da Huawei, Meng Wanzhou [foto ao lado], vice-presidente e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfeis, acusada de violar leis americanas em favor da China.
Ainda segundo a AFP, “Washington teme que o grupo Huawei, presente em 170 países, atue como cavalo de Troia da China. O passado militar de seu fundador, o fato de que ele pertence ao Partido Comunista, assim como a falta de transparência da Huawei alimentam (justificadas) suspeitas de que a empresa está sob controle de Pequim, sobretudo após uma lei aprovada em 2017 que obriga as empresas chinesas a colaborar com os serviços de inteligência do pais”.
Para o leitor avaliar a lei do presidente Xi Jinping, de 2017, que obriga as empresas chinesas a colaborarem com os serviços de inteligência do país, basta aplicar ao Brasil: se houvesse um decreto semelhante do presidente Bolsonaro obrigando todas as empresas a colaborar com os serviços de inteligência da Agência Brasileira de Informação qual seria a gritaria da mídia nacional e internacional? E por que razão a mídia não põe o foco nisso que indica ser a China um país policiado por 200 milhões de câmeras e em que cada empresa policia seus funcionários?
Se você não sabia dessa lei imposta pelo Partido Comunista Chinês desconfie de nossa mídia que encobre a ditadura comunista de Xi Jinping e põe a lupa nos fuxicos da política brasileira. A nossa mídia trabalha para desconstruir o Brasil.
Essa é a China que estabelece a “Rota da Seda”, que sorri ao Brasil, que pagou todas as despesas da comitiva de políticos do PSL em viagem à China: essa é a China que sorri ao Brasil, ansiosa por abocanhar nossa infra-estrutura e deitar raízes vitais em nossa Pátria.
Esperamos que o general Mourão tome em consideração que Xi Jinping é presidente vitalício (ditador), que a China é governada pelo PC, não tem imprensa livre, nem internet livre, nem Partido de Oposição e promove o culto de personalidade ao seu líder supremo.
Para completar o “quadro” a China persegue os católicos, destrói igrejas e cruzes e obriga nossos irmãos a se ingressarem na Igreja Patriótica, uma lacaia do PC. Sabidamente a China é sim, uma grande líder na violação dos direitos humanos, ocupando os primeiros lugares no ranking das nações controladas pelo medo e pela repressão. Estima-se um milhão de uighurs em campos de re-educação forçados — que afinal a China teve que reconhecer junto a organismos internacionais — mas que chamou eufemisticamente de projeto de “sinicização”(sic)1. Faz parte da tal “sinicização” impor que todas as religiões adaptem a Bíblia aos princípios do comunismo chinês.
Se você não sabia, é porque a mídia não quer informar sobre a realidade chinesa a fim de não prejudicar as relações Brasil-China, tão necessárias para comprar trigo, soja… e nossa infra-estrutura.

ABIM
1.https://www.google.com/search?q=uyghur+camps&rlz=1C1AYBJ_enUS765US765&oq=uighur&aqs=chrome.3.69i57j0l5.11156j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8

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