Antigo Presidente do Brasil este preso mais de 500 dias.
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Rodeado de muita gente e vestido de negro, Lula da Silva sai da prisão e abraça a filha e a namorada. A multidão grita: "#LulaLibertado", uma variante da expressão "#LulaLivre", que se tornou viral no Twitter.
Esta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal brasileiro tinha decidido, por uma votação de seis contra cinco, que segundo a Constituição, ninguém pode ser considerado culpado até que a decisão transite em julgado (fase a partir da qual não podem ser entregues mais recursos) e que a "execução provisória da pena fere o princípio da presunção de inocência".
Assim, o antigo presidente tem direito a recorrer em liberdade e só volta a cumprir a pena de 8 anos, 10 meses e 20 dias após o trânsito em julgado.
O histórico líder do Partido dos Trabalhadores (PT) foi preso após ter sido condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), num processo sobre a posse de um apartamento, que os procuradores alegam ter-lhe sido dado como suborno em troca de vantagens em contratos com a estatal petrolífera Petrobras pela construtora OAS.
O juiz determinou ainda o aumento das medidas de segurança para a saída do antigo Presidente.
"Determino, em face das situações já verificadas no curso do processo, que as autoridades públicas e os advogados do réu ajustem os protocolos de segurança para o adequado cumprimento da ordem, evitando-se situações de tumulto e risco à segurança pública", disse o magistrado, no seu despacho.
Apoiantes de Lula da Silva, que se encontra a cumprir pena por crimes de corrupção, estão concentrados em maior número perto do local onde está detido, na cidade de Curitiba.
Próximos passos já são conhecidos
A primeira paragem de Lula aconteceu poucos metros à frente da prisão para abraçar os membros da vigília Lula Livre que, ao longo dos 580 dias de prisão, estiveram acampados no local e a cada dia gritavam às 7h da manhã "bom dia presidente Lula".
Depois, de acordo com a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, a ideia é viajar, possivelmente de avião, para São Bernardo do Campo, arredores de São Paulo, onde tudo começou.
Tudo é, não apenas a carreira de sindicalista e depois de político de Lula, como também onde começou a sua prisão - no dia 7 de abril de 2018, Lula dormiu no sindicato dos metalúrgicos antes de ir para a cela em Curitiba.
Liberdade de Lula terá impactos sociais e políticos
O presidente já confidenciou que está "com o sangue nos olhos", isto é, com muita vontade de percorrer o país a fazer política e assumir-se como o contraponto ao governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, o que polarizará ainda mais a desde já super-polarizada política brasileira.
A liberdade de Lula, no entanto, não significa para já disponibilidade para o antigo presidente concorrer a cargos eletivos - isso só se o Supremo considerar que Sérgio Moro, o juiz que o condenou e hoje é ministro de Bolsonaro, agiu com parcialidade.
TSF
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