Chama-se Bless, nasceu de parto normal as 00h05 e foi primeiro bebé nascido no Hospital Central de Maputo em 2020, porém em Moçambique terão nascidos pelo menos mais 3.300 outras crianças no Dia do Ano Novo e não terão tido “a sorte de receber os cuidados de parteiras ou enfermeiras treinadas e equipadas, o que leva a situações dramáticas", assinalou a Directora Executiva do UNICEF, Henrietta Fore.
Foi um dos cinco partos na maior unidade sanitária de Moçambique e a primeira “sorte” do casal Nhancale. “Sinto-me muito privilegiada, agradeço muito a Deus por ter tido o bebé em condições de saúde muito agradáveis” disse a jornalistas a jovem mãe Jéssica.
Entretanto o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estimou que no Dia do Ano Novo nasceram cerca de 3.300 bebés em Moçambique.
Ao contrário de Jéssica Nhancale, “Muitas mães e recém-nascidos não têm a sorte de receber os cuidados de parteiras ou enfermeiras treinadas e equipadas, o que leva a situações dramáticas”, assinalou Henrietta Fore que acrescentou em comunicado “Milhões de bebés poderiam sobreviver ao primeiro dia de vida e crescer durante essa década e além, se todos eles tivessem nascido em mãos especializadas”.
Por isso o UNICEF pede investimento imediato em treinamento e equipamento dos profissionais de saúde para cuidar de todas as mães e bebés recém-nascidos como parte de sua campanha, «Para todas as crianças, uma chance de viver» por mãos especializadas que são capazes de prevenir e tratar complicações antes, durante e após o nascimento.
O Representante do UNICEF em Moçambique, Marcoluigi Corsi, apelou para que “neste Dia do Ano Novo, tomemos a decisão de tornar realidade todos os direitos de cada criança, começando pelo direito à sobrevivência”.
“Podemos salvar milhões de bebés se investirmos na capacitação e dotarmos de meios aos trabalhadores de saúde para que o nascimento de cada recém-nascido esteja em boas mãos. Renovemos os nossos esforços para dar a cada bebé que nasça este ano em Moçambique, uma oportunidade de sobreviver, de rir, de chorar, de brincar, de crescer, de ter um nome e de viver plenamente o seu potencial” disse ainda Marcoluigi Corsi em comunicado.
De acordo com o UNICEF 392.078 bebés terão nascido no Dia do Ano Novo em todo o mundo, mais de metade desses nascimentos terão ocorrido na Índia, China, Nigéria, Paquistão, Indonésia, Estados Unidos da América, República Democrática do Congo e na Etiópia.
No entanto o Fundo das Nações Unidas para a Infância recorda que em 2018, “2,5 milhões de bebés morreram durante o primeiro mês de vida, um terço deles no dia do nascimento. Destas crianças, a maioria morreu de causas evitáveis, como o nascimento prematuro, as complicações durante o parto ou infecções como sépsis. Além desses números, mais de 2,5 milhões de bebés nascem sem vida a cada ano”.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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